No Dia Mundial do Meio Ambiente, o projeto “Plantando o Futuro” ganha destaque em Goiás

Neste 5 de junho de 2025, o mundo celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente com o tema “O Fim da Poluição Plástica Global”. A data, instituída pela ONU em 1972, é um marco internacional para refletir e agir sobre as questões ambientais mais urgentes. Neste ano, a campanha é liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e enfatiza a urgência de eliminar a poluição causada pelo plástico, um dos maiores desafios ambientais da atualidade.

A Crise do Plástico

A poluição plástica está presente em todos os ecossistemas do planeta. Estima-se que mais de 400 milhões de toneladas de plástico sejam produzidas todos os anos, e cerca de 19 a 23 milhões de toneladas acabam em lagos, rios e oceanos anualmente, conforme divulgados pela Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde do Brasil. Esse problema impacta diretamente a biodiversidade, a saúde humana e a economia global.

No Brasil, estudos recentes, como o projeto MICROMar, coordenado por pesquisadores do Instituto Federal Goiano (IFG) e da Universidade de São Paulo (USP), identificaram grande concentração de microplásticos em praias dos estados de São Paulo, Paraná, Sergipe e Bahia. Os microplásticos são fragmentos invisíveis a olho nu, que contaminam a água e entram na cadeia alimentar, afetando animais marinhos e humanos.

Todos os anos, milhares de pessoas em todo o mundo participam de atividades relacionadas ao Dia Mundial do Meio Ambiente, com iniciativas nacionais.

Trecho do Rio Meia Ponte em Pontalina (foto: Alex José de Pádua Silva)

Projeto “Plantando o Futuro” 

Entre as iniciativas de destaque no cenário regional está o projeto “Plantando o Futuro”, promovido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), em parceria com o Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO). As duas instituições destinaram mais de R$ 700 mil para a recomposição de parte da bacia do rio Meia Ponte, nos municípios de Pontalina e Morrinhos.

O projeto propõe a recomposição ambiental de áreas degradadas no estado de Goiás e a compensação do carbono residual emitido na queima de combustíveis fósseis e biomassa, nas mudanças de uso da terra e em outros processos industriais. A ação inicial foi realizada na Unidade de Conservação Estação Ecológica da Área de Proteção Permanente do Rio Meia Ponte, no município de Pontalina–GO, onde será feito o plantio de mudas de árvores nativas do Cerrado. A unidade ocupa uma área de aproximadamente 29 hectares (290 mil metros quadrados), equivalente a 41 estádios do tamanho do Serra Dourada. 

Segundo o engenheiro florestal Alex José Silva, responsável pelo reflorestamento, o projeto “Plantando o Futuro” visa reduzir as emissões de carbono do TRT-GO por meio da fotossíntese das 18 mil mudas que serão plantadas na bacia do Meio Ponte, nos municípios de Pontalina e Morrinhos. “O reflorestamento está sendo realizado nas áreas de preservação permanente do Rio Meia Ponte, principalmente no município de Pontalina e, em menor parte, em Morrinhos. Atualmente, estamos preparando o solo e instalando cercas”, ressaltou.

Estima-se que a iniciativa na bacia do Meia Ponte permita a absorção de mais de 500 toneladas de CO₂ por ano, reforçando o compromisso do tribunal com a sustentabilidade. Além do mais, o benefício do plantio das 18 mil árvores pode se prolongar por 20 anos.

A ativista ambiental e agropecuarista Maria Minervina de Barros Vaz, líder do movimento Pró-Meia Ponte e membro do comitê da bacia, ressaltou que o plantio de 18 mil mudas em áreas degradadas é apenas um dos primeiros passos do projeto. “Esse projeto é só o início. A ideia é expandir para outras regiões e continuar recuperando a bacia do Meia Ponte”, afirma. 

As próximas etapas do projeto envolvem os municípios de Morrinhos e Itumbiara. Segundo Minervina, há uma proposta antiga de criação de uma unidade de conservação em Pontalina e ela segue como referência na preservação ambiental da região. 

Ela explicou que em 2024 foi realizado um plantio menor, apenas para fins demonstrativos. Desde o mês de janeiro de 2025, foram plantadas por volta de 700 mudas. O plantio da maior parte das mudas terá início em novembro, no período chuvoso. 

Unidade de Conservação do Meia Ponte em Pontalina (foto: Alex José de Pádua Silva)

Carbono zero

O “Plantando o Futuro” integra o Plano de Descarbonização do TRT-GO, alinhado ao Programa “Justiça Carbono Zero”, lançado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2024. A meta é neutralizar as emissões de gases do efeito estufa geradas pelo tribunal, contribuindo para diminuir os impactos das mudanças climáticas. 

Tudo isso porque o gás carbônico é o principal gás do efeito estufa responsável, em grande parte, pelo aquecimento global. Segundo cientistas, uma das formas mais eficazes para absorver parte do CO₂ lançado na atmosfera é plantar árvores, pois elas utilizam o gás para crescer e liberar oxigênio, o que beneficia o meio ambiente.

SM/LN/FV