A vida no sertão é o ponto comum entre dois eventos realizados no Centro Cultural Trabalhista do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO) na manhã desta terça-feira, 21/10. A mostra de pinturas “Sertões”, do servidor e artista plástico Riciere Teixeira, apresenta ao público mais de 20 pinturas em óleo sobre tela, retratando a vida do sertanejo e dele próprio. Já o livro “O Bem-dito Sertão: As veredas de Lalíngua em João Guimarães Rosa”, da servidora e psicóloga Marina Cançado, lançado no evento, articula psicanálise e literatura com um olhar muito sensível sobre a linguagem — especialmente na intersecção entre a lalíngua lacaniana e a língua rosiana.
A solenidade foi aberta pelo desembargador Welington Peixoto, que destacou a importância de iniciativas culturais como forma de cuidado e de promoção da saúde mental. “A cultura possibilita, muitas vezes, a própria cura do ser humano”, afirmou. O magistrado parabenizou o artista Riciere pelo talento e sensibilidade de suas obras e ressaltou a parceria com a psicóloga Marina Cançado, que ministra palestras sobre saúde mental nas visitas do projeto Café Seguro. “Hoje é um dia especial, de celebrar nossa psicóloga, nosso artista e a força transformadora da arte”, completou.
Em seguida, o artista plástico Riciere Teixeira apresentou a proposta da mostra Sertões, que vem percorrendo diversas regiões do país. Natural de Seabra, município do sertão baiano, o artista explicou que sua intenção é mostrar a diversidade e, ao mesmo tempo, a unidade das culturas sertanejas, que se estendem muito além das divisões geográficas. “O foco da exposição é a força e a resiliência do povo sertanejo, que se refaz, cheio de fé e esperança, reconstruindo suas culturas e celebrando a vida”, disse. Segundo ele, o sertão é também um lugar simbólico, um espaço de resistência e de criação, que revela a beleza nas dificuldades.
Ricieri é graduado em História e já foi servidor do TRT-GO entre 2009 e 2014. Após permuta, ele passou a integrar o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), onde atua hoje. Suas obras percorreram vários centros culturais do Brasil e também já foram expostas no exterior.
A psicóloga e servidora da Secretaria de Saúde do TRT-GO Marina Cançado contou que o livro por ela escrito nasceu de sua dissertação de mestrado e de um período de grandes desafios pessoais e profissionais. “Foi para lidar com as turbulências que decidi fazer o mestrado. E acabou sendo uma das melhores coisas da minha vida”, relatou. O resultado é uma obra que une literatura, psicanálise e experiência de vida.
Marina explicou que, em Guimarães Rosa, “o sertão é dentro da gente”, um espaço simbólico de travessia e de autoconhecimento. Ela disse que a mensagem principal da obra é a de que a arte é o que faz a gente suportar a vida. “Que cada um encontre a sua forma de arte, para além de tramitar processos e pagar boletos”, disse, arrancando risos e aplausos da plateia.
Com obras que retratam a força, a fé e a sensibilidade do povo sertanejo, a mostra Sertões fica aberta ao público até 30 de outubro. Já o livro “O Bem-dito Sertão: As veredas de Lalíngua em João Guimarães Rosa” está disponível para aquisição no site da editora Dialética e também na Amazon.
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WF/LN
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