


A Escola Judicial, por meio do Centro de Memória, entrevistou no dia 13 de maio deste ano o Desembargador Platon Teixeira de Azevedo Filho para o projeto de História Oral do TRT da 18ª Região. Nascido aos 3 de outubro de 1951, na cidade do Rio de Janeiro, foi criado em Minas. Seu pai, um gaúcho de Santa Maria-RS e sua mãe mineira de Itapecerica-MG, se separaram quando ele ainda era bebê, sendo que após este fato, a família retornou a Belo Horizonte, em razão dos laços familiares.
Filho único, teve uma adolescência largada e solta, estudava de manhã, sua mãe trabalhava a partir do meio-dia num banco e à noite como professora primária. Todavia, ressalta que apesar disso, não sentiu solidão, e que naquela época não existia tanta violência e seu caráter não foi deturpado. Ao contrário, contou ter ótimas recordações de sua infância e adolescência, principalmente por ser proveniente de família relativamente grande, tendo 12 tios maternos e inúmeros primos.
Por influência de sua mãe, trabalhou em um banco como escriturário e foi também vendedor de materiais de construção. Inicialmente, desejava ser médico, tendo até tentado vestibular para este curso, mas entrou no curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais como segunda opção, mantendo seus estudos por meio do crédito educativo. Quando cursava a faculdade descobriu que não seria advogado, não se achando com tal vocação, só tendo advogado enquanto estagiário no departamento de assistência judiciária da própria faculdade.
Ele pensava em tornar-se delegado, promotor e, por fim, Juiz de Direito, sem sequer saber da existência do cargo de Juiz do Trabalho. Mas seu futuro foi mudado no último ano de faculdade, quando por acaso encontrou seu professor e Juiz do Trabalho, Aroldo Plínio Gonçalves, que lhe informou sobre o concurso para Juiz. “Platon, tá tendo concurso para Juiz do Trabalho, amanhã vai ser a prova oral, tem 22 vagas, mas está passando somente 8, isso significa que vai haver outro concurso, se você estudar, você passa”. E assim ele fez. No dia seguinte foi assistir à prova oral e passou o final do curso estudando Direito do Trabalho.
Inscreveu-se nos 3 concursos previstos, em Recife, Belo Horizonte e Paraná, sendo aprovado exatamente em Minas Gerais, não sendo preciso nem mesmo fazer as provas do Paraná, levando-o a ingressar na Justiça do Trabalho, em cargo de Juiz do Trabalho, no TRT da 3ª Região em 1980. Por ser o único solteiro dos 15 aprovados, foi nomeado para atuar no Estado de Goiás. Em 1982, fez opção pela 10ª Região, logo após sua instalação. Foi Juiz Presidente nas JCJ’s de de Anápolis, Belo Horizonte, 1ª e 3ª JCJ’s de Goiânia e 3ª JCJ de Brasília-DF. Foi promovido a Juiz deste Regional em virtude da instalação do TRT da 18ª Região em 1990. Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, no biênio de 30.01.95 a 29.01.97. Presidente e Corregedor do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, no biênio de 30.01.97 a 28.01.99. Foi convocado para atuar no Tribunal Superior do Trabalho, nos períodos de 01.02.99 a 30.06.99, 02.08.99 a 17.12.99 e 01.02.00 a 30.06.00. Atualmente exerce temporariamente a vice-presidência dessa Corte.
Em seus depoimentos, o desembargador contou que elegeu, como destaque de sua administração, a valorização dos servidores da casa, nomeando para os postos de direção aqueles efetivos dos quadros, levando-se em conta tão somente os critérios da competência e também concedendo mais autonomia para os juízes de primeiro grau administrarem as JCJ’s que presidiam.
Menciona que em seu início, o Tribunal era como quase todos os órgãos públicos, onde os chefes chegam à liderança muito menos por seus méritos e mais por suas relações de parentesco e amizade com pessoas influentes. Assim, o fato de ser de fora, sem raízes no Estado, colaborou muito para as decisões que teve que tomar.
Afirma que sua administração foi ao mesmo tempo os dois melhores e os dois piores anos de sua vida. Melhores porque conseguiu fazer muita coisa, muito além do que imaginava que fosse capaz. Piores porque não foi fácil, chegando a passar 15 dias sem dormir, em razão de estresse. “Foi uma administração difícil, mas muito proveitosa”, afirma.
Fonte: Centro de Memória
Ficou em dúvida quanto ao significado de algum termo jurídico usado nessa matéria?
Consulte o dicionário jurídico.
Esta matéria tem cunho meramente informativo, sem caráter oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Coordenadoria de Comunicação Social
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região
comunicacao@trt18.jus.br