A tarde desta terça-feira (18/11) marcou o encerramento das atividades de 2025 do projeto Cine TRT, iniciativa da Secretaria de Saúde do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO) que, ao longo do ano, levou cinema, reflexão e descanso às profissionais terceirizadas que atuam diariamente na limpeza, recepção, copeiragem e vigilância do tribunal. Desta vez, o grupo deixou o ambiente institucional e ocupou as poltronas de uma sala de cinema do Buriti Shopping, em uma experiência inédita para muitas das participantes. A ação contou com apoio da MovieCom e da Maas Serviços de Transporte.
A copeira Marli Ferreira contou que raramente tem a oportunidade de fazer atividades de lazer. A rotina de trabalho, somada às tarefas domésticas, costuma preencher seus dias.“O trabalho é de oito horas e, no fim de semana, a gente fica presa para organizar as coisas em casa. Nem sempre dá para sair. Então, um momento como esse é diferente, porque não é sempre que acontece. Isso é muito importante pra gente”, disse.
Para ela, a experiência no shopping vai além do descanso: “Tira um pouco do estresse do dia a dia e a gente interage mais com as colegas. Isso é muito bom.” Marli participou de outras edições do Cine TRT e descreveu a sensação de ver um filme em uma sala de cinema pela primeira vez: “Cada lugar é diferente. Em casa é uma coisa, lá no TRT é outra. Aqui é maravilhoso. A emoção de estar diante de um telão, sala escura… totalmente diferente. Muito bom. Quero que repita mais vezes”, afirma.
A auxiliar de serviços gerais, Daniely Cristina Pires, que há tempos não ia ao cinema, também aproveitou o momento. “Estou com muita expectativa. Deve ser muito bom. É ótimo sair um pouquinho da rotina do trabalho. A gente estava precisando bastante”, declarou.
A assistente social Rosane Lima, gerente do projeto, acompanhou de perto o grupo durante toda a tarde. Segundo ela, o Cine TRT nasceu como uma ação especial do Dia Internacional da Mulher (8/3), destinada inicialmente às trabalhadoras terceirizadas. “A ideia era celebrar e reconhecer essas mulheres. Seriam três sessões, mas o projeto cresceu, ganhamos apoio e conseguimos incluir profissionais da limpeza, recepção, vigilância e copeiragem.”
Rosane explica que o objetivo central sempre foi criar um espaço de descanso e valorização em meio ao expediente: “A intenção é que o lazer seja uma forma de subversão. Elas param por três horas para assistir ao filme, lanchar, descansar. É uma pausa para quem realiza um trabalho braçal e, muitas vezes, invisibilizado. Isso repercute na saúde mental delas.”
A escolha de manter o projeto voltado para mulheres é uma decisão intencional e alinhada às necessidades desse público: “A vida da mulher é uma jornada dupla. Elas trabalham aqui e, quando chegam em casa, seguem cuidando da família, da casa, dos filhos. Era importante que o Tribunal valorizasse esse trabalho durante o expediente.”
A curadoria dos filmes é pensada para dialogar com as vivências das participantes. “Perguntamos o gênero que elas querem assistir. Muitas gostam de comédia, por isso encerramos o ano assim. Mas já pediram drama, suspense… O principal é que os filmes tratem de temas que atravessam a vida das mulheres, trabalho doméstico, relações familiares, histórias entre irmãs. Sempre priorizamos o cinema nacional”, explica Rosane.
O impacto, segundo ela, é visível: “O número de participantes cresceu ao longo do ano. Elas se esforçam para ir, conversam sobre os filmes, me encontram nos corredores para dar sugestões. Muitas nem tinham esse tempo de lazer antes”, reitera.
A sessão final exibiu o filme “O Rei da Feira”, de Leandro Hassum, escolhido pelo clima leve e acolhedor que o projeto buscou oferecer para encerrar o ano. A expectativa é que o projeto continue em 2026, mantendo o formato mensal no Tribunal e, se houver novas parcerias, com a possibilidade de repetir o encerramento do ano no cinema. “A intenção é manter. Elas gostam, participam, se envolvem. E esse espaço faz diferença na rotina delas”, conclui Rosane.
SM/AB/LN
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