Reunião do Memojutra marca início das atividades do 5º Enam com foco na preservação da memória da Justiça do Trabalho

Publicado em: 06/05/2025
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Homem de terno risca de giz e cabelos brancos fala ao microfone, sentado em poltrona preta. Ao fundo, pessoas e objetos desfocados.

Desembargador Eugênio Cesário, presidente do TRT-GO

A primeira reunião do ano do Fórum Nacional Permanente em Defesa da Memória da Justiça do Trabalho (Memojutra) foi realizada na manhã desta terça-feira (6/5), no Plenário Ipê, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), em Goiânia. O encontro, que antecede a abertura oficial do 5º Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário (Enam), reuniu representantes de diversos Tribunais Regionais do Trabalho para debater estratégias conjuntas de preservação e valorização dos acervos históricos da Justiça do Trabalho. 

Homem de terno marrom fala ao microfone, sentado em poltrona preta. Mesas laterais com flores e água. Ao fundo, pessoas desfocadas.

Coordenador do Comitê de Documentação e Memória do TRT-GO e vice-coordenador do 5º Enam, desembargador Elvecio Moura

Na abertura do evento, o presidente do TRT-GO, desembargador Eugênio Cesário, destacou a relevância do evento para o fortalecimento institucional da memória judiciária. “Somos todos um arquivo vivo de memória. É fundamental que nossas instituições preservem sua história a partir de nós mesmos”, afirmou. Na sequência, o coordenador do Comitê de Documentação e Memória do TRT-GO e vice-coordenador do 5º Enam, desembargador Elvecio Moura, reforçou a importância da cooperação entre os tribunais e ressaltou o empenho coletivo na organização do 5º Enam. “Penso que teremos um evento com a cara de Goiás, do Cerrado, com a cara de arroz com pequi”, brincou ao falar das expectativas para que todos possam levar boas trocas e experiências ao final do Enam.

A presidente do Memojutra e desembargadora do TRT da 8ª Região (PA/AP), Sulamir Palmeira, enfatizou a necessidade de preservar a memória institucional como ferramenta de cidadania, pesquisa e justiça. Ela compartilhou aspectos da história dos estados do Pará e Amapá, regiões que integram sua jurisdição, e ressaltou a força e a resistência do povo amapaense, que lutou por sua identidade, ao referir-se às disputas territoriais com a Guiana Francesa. Ela mencionou a importância de preservação da história como legado para as futuras gerações. “A memória tem que ser preservada. Essa é a luta da Justiça do Trabalho. Nós temos história e somos copartícipes dessa história nacional trabalhista brasileira”, declarou. 

Mulher loira com colete azul listrado sentada em poltrona preta. Mesas laterais com flores e objetos. Fundo bege com detalhes escuros.

Presidente do Memojutra e desembargadora do TRT da 8ª Região (PA/AP), Sulamir Palmeira

A vice-presidente do Memojutra, juíza Anita Job Lübbe, do TRT da 4ª Região (RS) explicou que a reunião do Fórum tradicionalmente ocorre em datas próximas aos encontros nacionais de memória do Judiciário, aproveitando a presença de representantes de diversos tribunais. “Com quase 18 anos de existência, o Memojutra é uma das redes mais antigas de articulação entre os tribunais, voltada à preservação documental e à construção de políticas de memória na Justiça do Trabalho”, afirmou. Segundo ela, a reunião serve como espaço para compartilhamento de experiências, identificação de dificuldades e articulação conjunta de soluções, inclusive com pleitos direcionados ao CSJT e CNJ, por meio do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória (Proname). “Não existe memória de um só. Memória se constrói juntos, como um tecido de múltiplos fios e cores que se entrelaçam”, declarou.

Ao falar sobre o acervo dos tribunais, a magistrada explicou que é composto por documentos de guarda permanente, temporária e arquivos provisórios, como processos com sentenças já proferidas, mas que aguardam desfecho devido à ausência do devedor. “Não se trata apenas de guardar por guardar. Esses documentos têm valor histórico, jurídico e social, sendo frequentemente utilizados em pesquisas acadêmicas e para garantir direitos previdenciários ou trabalhistas”, afirmou. Anita lembrou ainda que parte desses arquivos já foi reconhecida pela Unesco, por meio do programa Memória do Mundo, e que o Fórum tem papel essencial na defesa desse patrimônio. Ela ainda mencionou o caso do TRT do Rio Grande do Sul, onde milhões de documentos atingidos por enchentes estão sendo recuperados com o apoio de especialistas, como exemplo da importância da preservação da informação, mesmo quando o suporte físico está comprometido.

Mulher de blazer preto e calça branca fala ao microfone, sentada em poltrona preta entre mesas com flores. Bandeiras do Brasil e Goiás ao fundo.

Vice-presidente do Memojutra, juíza Anita Job Lübbe, do TRT da 4ª Região (RS)

Grande grupo de pessoas posa para foto em auditório com telas "JUSTIÇA DO TRABALHO" ao fundo e cadeiras de madeira vazias à frente.

Participantes da primeira reunião do ano do Fórum Nacional Permanente em Defesa da Memória da Justiça do Trabalho (Memojutra)

A programação da reunião incluiu a apresentação do andamento dos softwares Validapress e Barrapress, ferramentas de validação de processos judiciais digitalizados e nato-digitais, desenvolvidas no contexto do projeto RDC-Arq JT. A exposição foi conduzida pela juíza Anita Lübbe, do TRT da 4ª Região (RS), em parceria com os servidores Reginaldo de Matos, do TST, e Alex Risicato, do TRT-4. As ferramentas foram apresentadas como uma inovação que contribui para a melhoria da qualidade dos arquivos digitais, além de otimizar a confiabilidade dos acervos mantidos pelos tribunais. Segundo a magistrada, a previsão é que o RDC-Arq JT comece a ser enviado para outros Regionais Trabalhistas ainda este ano.

Em seguida, os servidores Viller Ribeiro, do CSJT, e Reginaldo de Matos, do TST, contaram com o apoio da juíza Anita Lübbe para falar sobre a Resolução CNJ nº 522/2023. Eles explicaram que a normativa instituiu o Modelo de Requisitos para Sistemas Informatizados de Gestão de Processos e Documentos do Poder Judiciário (MoReq-Jus), além de disciplinar a obrigatoriedade da sua utilização no desenvolvimento e na manutenção de sistemas informatizados para atividades judiciárias e administrativas no âmbito do Poder Judiciário.

Por fim, foi discutida a importância do acesso aos acervos judiciais e administrativos para estudos, pesquisas e garantia de direitos fundamentais. A juíza Anita Lübbe foi responsável pelo debate e reforçou o caráter constitucional da transparência pública e da memória como patrimônio coletivo. A exposição destacou a necessidade de ampliar o acesso aos documentos históricos como forma de valorização da justiça social e da identidade institucional da Justiça do Trabalho.

Veja mais fotos da primeira reunião do ano do Fórum Nacional Permanente em Defesa da Memória da Justiça do Trabalho (Memojutra)

LN/TM/WF

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