Juiz Renato Hiendlmayer se despede da magistratura após 35 anos de dedicação à Justiça do Trabalho

Publicado em: 30/04/2025
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Juiz Renato Hiendlmayer com colegas do TRT-GO

Juiz Renato Hiendlmayer com colegas do TRT-GO

O juiz do trabalho Renato Hiendlmayer encerrou nesta terça-feira (29/4) sua trajetória de 35 anos de serviços prestados à Justiça do Trabalho, sendo 29 anos dedicados à magistratura trabalhista, durante cerimônia realizada no Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO). Conhecido por sua atuação firme, humana e pelo compromisso com o acesso à justiça, especialmente dos mais vulneráveis, o magistrado se aposentou deixando um legado de serviço público pautado na ética, na eficiência e na defesa dos direitos sociais.

Natural de Brasília, Renato iniciou sua vida profissional muito cedo, aos 14 anos, como menor aprendiz no Banco do Brasil. Formou-se em Direito pela Associação de Ensino Unificado do DF e, mais tarde, também cursou Filosofia na Universidade de Brasília (UnB). Assumiu seu primeiro cargo na Justiça do Trabalho em 1990,  como servidor no TRT da 10ª Região, onde foi assessor da então desembargadora e hoje ministra Maria de Assis Calsing. Em 1996 foi aprovado como juiz substituto no TRT da 2ª Região (SP) e, em 1998, assumiu como juiz substituto no TRT de Goiás, onde construiu uma carreira sólida e respeitada. 

Renato Hiendlmayer atuou na 4ª Vara do Trabalho de Goiânia, na Vara do Trabalho de Posse, na 4ª Vara do Trabalho de Anápolis e foi juiz auxiliar da Execução e juiz auxiliar da Presidência do TRT-GO. Um dos marcos de sua trajetória foi a criação e liderança do programa Justiça Itinerante, com destaque para sua implementação em Campos Belos, em 2008. 

Homenagens

Durante a sessão do Pleno, a relatora do processo de aposentadoria, desembargadora Iara Teixeira Rios, destacou a dedicação do juiz e sua decisão de transferir o julgamento para a sessão presencial a fim de sentenciar os processos pendentes antes da aposentadoria: “Esse fato é apenas mais um de tantos outros que demonstram a extrema dedicação de Vossa Excelência ao trabalho durante todos os anos neste regional.” Iara Rios ressaltou a história inspiradora do juiz e desejou sucesso na nova etapa da vida.

Imagem mostra  da esquerda para a direita os desembargadores Mário Bottazzo, Daniel Viana Júnior e Marcelo Pedra durante a sessão do Pleno.

Da esquerda para a direita os desembargadores Mário Bottazzo, Daniel Viana Júnior e Marcelo Pedra durante a sessão do Pleno.

O desembargador Elvecio Moura, ex-presidente do Tribunal, recordou um momento marcante de sua gestão, quando Renato foi designado para a Vara de Posse, uma das cidades mais distantes da capital: “O tribunal é devedor do trabalho do Renato. E nós, eu particularmente, sou muito grato a você. Seja feliz em sua nova fase de vida.”

Em tom emocionado, o desembargador Gentil Pio afirmou que o juiz Renato é o modelo de juiz previsto na LOMAN, extremamente preparado, muito culto, discreto, justo e querido pela comunidade. “Desejo-lhe que usufrua a aposentadoria com tranquilidade junto a sua família”.

Para o desembargador Mário Bottazzo, por um lado é uma alegria e satisfação estar presente nessa despedida, mas ao mesmo tempo uma tristeza por, na sua opinião, ter sido uma aposentadoria precoce: “Deixaremos de ter a boa convivência de Vossa Excelência, sentenças inspiradoras, a sua presença a nos inspirar, nos guiar, nos orientar”. “Assim, embora lamente sua saída, só posso desejar que Vossa Excelência seja imensamente feliz, que seus planos se concretizem, e que a vida lhe sorria cada vez mais, com saúde e realizações”, desejou ao colega.

O desembargador Paulo Pimenta também registrou seu respeito e admiração pelo juiz Renato. “Cumprimenta-o pela brilhante trajetória, desejando-lhe muito sucesso em seus novos projetos nessa nova fase da vida. Desejando-lhe que possa executá-los, realizá-los, gozando de plena saúde sempre”, afirmou.

Já o desembargador Daniel Viana definiu a aposentadoria como uma conquista. “A contribuição de Vossa Excelência para o Tribunal foi significativa. Que essa nova etapa seja repleta de conquistas e realizações”, afirmou ao desejar que ele tenha muita saúde para realizar seus sonhos e planos.

Imagem mostra Da esquerda para a direita: desembargadora Wanda Lúcia Ramos, desembargador Gentil  Pio e desembargadora Iara Rios.

Da esquerda para a direita: desembargadora Wanda Lúcia Ramos, desembargador Gentil Pio e desembargadora Iara Rios.

A desembargadora Wanda Lúcia lembrou com saudade de memórias antigas com o colega magistrado e ressaltou a coragem do magistrado em optar pela aposentadoria voluntária. “Eu fico, sinceramente, admirada com a coragem dos colegas que se aposentam voluntariamente, especialmente em um momento em que tantos de nós permanecem por necessidade. Ver alguém sair por pura liberdade,  e exercer essa liberdade, é algo muito significativo”, destacou. “Eu tenho certeza que com essa coragem e com essa serenidade que sempre pautou a sua vida, vai usufruir muito bem essa nova etapa da sua vida”. 

O desembargador Marcelo Pedra resumiu o sentimento do colegiado de perda de um colega que fará falta para o tribunal e para a sociedade, não apenas pelo vasto conhecimento jurídico, mas também pela cultura jurídica enorme e pela dedicação e colaboração extremas. “Esse é um momento glorioso, porque nós aqui estamos nos deparando com um colega cuja carreira foi de enorme sucesso e de cumprimento absoluto de todos os deveres do cargo. De modo que deixa a sua toga imaculada, tendo honrado o cargo de juiz, tendo honrado esse tribunal e todos os que tiveram o privilégio de ombrear com vossa excelência a magistratura”, afirmou. “Que a sua vida seja uma vida de paz, de saúde física, psíquica, espiritual e, sobretudo, de muitas bênçãos do criador”, desejou.

O presidente do TRT-GO, desembargador Eugênio Cesário, também fez questão de prestar uma homenagem ao juiz Renato Hiendlmayer antes de proclamar o resultado do julgamento administrativo. Ele destacou a dedicação e o comprometimento do magistrado com a Justiça do Trabalho em Goiás, ressaltando a excelência técnica e a contribuição significativa que Renato ofereceu à comunidade goiana ao longo de sua carreira. “Sou testemunha da qualidade do seu trabalho, da excelência dos seus conhecimentos. Vossa Excelência prestou um excelente serviço por onde passou”, afirmou. Para o presidente, a aposentadoria representa um novo ciclo tão digno quanto o exercício da magistratura: “Milito entre aqueles que acreditam que a aposentadoria ainda é um grande momento da vida.”

Em tom reflexivo, o desembargador citou o pensador italiano Domenico De Masi, autor do livro O Ócio Criativo, para ressaltar a importância de ter tempo para pensar, viver e desenvolver novos propósitos. “Os gregos só elaboraram a filosofia que sustenta o ocidente porque tinham tempo para viver, para pensar”, observou. Encerrando sua fala, desejou ao juiz aposentado uma nova etapa repleta de realizações: “Desejo ao senhor todo o tempo e toda a saúde do mundo, para que possa ainda se dedicar a grandes e nobres projetos em sua belíssima vida.”

imagem mostra Colegas do juiz Renato que acompanharam a cerimônia

Colegas do juiz Renato acompanharam a cerimônia

Representantes do Ministério Público do Trabalho e da Amatra 18 também prestaram homenagens. A procuradora do trabalho Milena Cristina Costa falou em nome dos procuradores do trabalho e agradeceu ao juiz Renato pela boa convivência nas audiências, nos julgamentos das ações civis públicas, por toda a cordialidade, por toda a gentileza e pelo senso de justiça. “Desejo que nessa nova fase da vida tenha muitas alegrias e muita paz no coração”, afirmou.

A juíza Eneida Martins, em nome da Associação dos Magistrados de Goiás, relembrou um episódio em que o colega a auxiliou em um caso inusitado, em plena sexta-feira à noite: “Renato é do tipo de colega que nos marca pela disposição, companheirismo e conhecimento”. “Que fique a sua lição, o seu exemplo, o seu conhecimento, a sua postura sempre muito discreta, muito serena, muito honesta e muito pronta para nos ajudar”, finalizou ao desejar muitas felicidades ao colega em nome da Amatra 18.

Agradecimento

Em sua fala de despedida, o juiz Renato Hiendlmayer agradeceu as homenagens recebidas e refletiu sobre o novo ciclo que se inicia com a aposentadoria. “Chega uma hora em que a gente muda de fase na vida”, disse, citando o livro do Eclesiastes para ilustrar sua decisão: “Há tempo para plantar, tempo para cuidar e tempo para colher. A aposentadoria é exatamente isso: é tempo de colher.” O magistrado compartilhou o desejo de dedicar-se mais à família e a projetos de vida que haviam sido adiados. Lembrou que trabalha desde a adolescência, quando começou como menor aprendiz no Banco do Brasil, e afirmou que encara a nova etapa com serenidade, mesmo diante dos desafios enfrentados pelos aposentados: “A liberdade é mais importante.”

Juiz Renato Hiendlmayer

Juiz Renato Hiendlmayer

Renato também mencionou as dificuldades atuais da magistratura, como o avanço da inteligência artificial e o excesso de bacharéis em Direito. Para ele, é hora de priorizar a saúde e a vida pessoal. “Quando a gente se aposenta, encerra o segundo tempo do jogo da vida e começa a prorrogação”, afirmou. Ao encerrar sua fala, agradeceu a convivência com os colegas ao longo de quase três décadas e desejou que o TRT da 18ª Região continue sendo referência nacional. “Sou grato por participar da história deste tribunal. Mas agora chegou um momento novo na vida”, agradeceu.

Clique aqui para conhecer mais sobre o juiz Renato Hiendlmayer em entrevista concedida ao Programa História Oral do TRT-GO, em 2015

LN/FV

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