Advogada Thaís Inácia e juiz André Gomma falam sobre conciliação na 3ª edição do Café com Cejusc em Goiânia

O Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO) promoveu, na manhã desta terça-feira (29/4), a 3ª edição do Café com Cejusc em Goiânia. O evento, realizado no Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc) do Fórum Trabalhista da capital, reuniu magistrados, advogados, servidores e representantes da sociedade civil em uma ação estratégica para fortalecer a cultura da conciliação trabalhista e preparar a 9ª Semana Nacional da Conciliação Trabalhista. Este ano, o evento contou com palestras da advogada Thaís Inácia e do juiz do TJBA André Gomma. 

A vice-presidente e corregedora do TRT-GO, desembargadora Iara Teixeira Rios, abriu o encontro destacando que o Café com Cejusc já se consolidou como uma importante ação do Tribunal para fomentar a pacificação social. “A conciliação é um ato de coragem e maturidade das partes que escolhem não apenas resolver o conflito, mas também preservar vínculos, poupar tempo e evitar desgastes emocionais e financeiros”, afirmou. A magistrada ressaltou ainda que iniciativas como essa promovem a escuta ativa e o diálogo entre o Judiciário e a advocacia, valorizando a construção conjunta de soluções, em benefício direto das partes envolvidas nos processos.

Durante sua fala, o presidente do TRT-GO, desembargador Eugênio Cesário, ressaltou o empenho do Tribunal na preparação para a Semana Nacional da Conciliação e destacou o sucesso obtido em anos anteriores. “Nós somos bons mediadores e, se Deus quiser, este ano também teremos muito êxito”, afirmou. Ele reforçou a importância da atuação proativa do TRT para incentivar a conciliação. “A composição autônoma de qualquer conflito é a melhor solução”, avaliou.

Palestras

A programação contou com duas palestras especiais. A advogada Thaís Inácia abordou o tema “As vantagens da conciliação sob a ótica do advogado na Justiça Trabalhista”, enfatizando a relevância da atuação estratégica da advocacia na construção de acordos. “Uma das funções da advocacia é administrar a justiça. Quando ajudamos as partes a resolverem seus problemas por meio da conciliação, estamos fortalecendo o próprio exercício da advocacia”, afirmou. Thaís explicou que, ao promover o acordo, as partes se tornam protagonistas do processo, em vez de deixar seu destino à sorte de uma sentença judicial.

A palestrante também destacou que a escuta ativa e a empatia são habilidades essenciais para uma negociação bem-sucedida. “Quem não sabe ouvir não é um bom negociador”, afirmou. Para ela, é fundamental que o advogado ajude as partes a compreender que o processo não é uma forma de vingança, mas um meio de resolução de conflitos que não puderam ser solucionados diretamente.

O juiz do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) André Gomma proferiu a palestra “Novas perspectivas para a política pública de autocomposição”, trazendo uma visão inovadora sobre o papel do conflito nas relações humanas e trabalhistas. “O poder Judiciário tem passado por uma mudança bastante aprofundada em relação ao seu propósito. Inicialmente, se trabalhava a ideia de que cabe ao juiz dizer quem está certo e quem está errado. E a gente vê que o próprio movimento pela conciliação vem para trazer uma visão diferente: não é quem está certo e quem está errado, mas como, por meio do conflito, nós crescemos juntos”, explicou. Segundo ele, o conflito, inclusive nas relações trabalhistas, “não é necessariamente negativo, ele é potencialmente positivo” e pode gerar “lucros maiores para a empresa, mas também uma relação de trabalho mais saudável para o empregado”.

O magistrado destacou ainda a importância de evitar o fenômeno das chamadas “portas giratórias” da Justiça, em que empresas respondem repetidamente a reclamações trabalhistas sem mudar suas práticas. “O advogado é fundamental, porque ele é o primeiro indicador de solução para a empresa. Cabe ao advogado começar a direcionar para medidas mais racionais e mais produtivas em um ambiente saudável de relação de trabalho”, afirmou. Para André Gomma, o papel da advocacia é contribuir para a construção de relações mais equilibradas e sustentáveis entre empregados e empregadores.

Agradecimentos

Ao final do evento, a juíza Narayanna Hannas, coordenadora do Cejusc, fez um agradecimento especial a todos os envolvidos na realização do Café com Cejusc. Ela destacou a atuação da diretora do Cejusc, a servidora Leila Barbosa, “nossa incansável batalhadora do Cejusc, conhecida e admirada por todos os advogados pela forma como dirige e acolhe os profissionais”, e também agradeceu o empenho diretora do Cejusc Digital, servidora Michele Schuh, que atuou nos bastidores para garantir o sucesso do encontro. A magistrada também elogiou a contribuição dos palestrantes para o sucesso do evento e ressaltou o apoio fundamental da Escola Judicial (Ejud 18), representada pela desembargadora Rosa Nair e pelo juiz Kleber Waki. Agradeceu ainda ao presidente do TRT-GO, desembargador Eugênio Cesário e à vice-presidente do TRT-GO Iara Rios, bem como os respectivos juízes auxiliares Platon Neto e Rodrigo Dias.

Presenças

Além das autoridades citadas pela coordenadora do Cejusc, também participaram do evento representantes da advocacia trabalhista, como a conselheira federal da OAB, Thaís Inácia (palestrante), a vice-presidente da Agatra, Daniele Parreira; a diretora adjunta da ESA Goiás Mariana Dias; o presidente da Comissão de Direito do Trabalho da OAB, Gerônimo José Batista Júnior, e a advogada Valéria Anastácio, representante da Comissão de Direito Sindical da OAB. Também prestigiaram o evento a secretária geral da Presidência, Karla Melo e a representante da Asjustego Geisa Azevedo.

Semana Nacional da Conciliação Trabalhista

A 9ª Semana Nacional da Conciliação Trabalhista acontecerá de 26 a 30 de maio em todo o país, com o lema “Menos conflitos, mais futuro – Conciliar preserva tempo, recursos e relações”

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LN/FV