Cuidar da cadeia produtiva do negócio e selecionar fornecedores que também se preocupem em fornecer boas condições de trabalho aos empregados. Esse foi um dos objetivos da reunião realizada pelos juízes da Vara do Trabalho de Goiás, Whatmann Barbosa Iglesias (titular) e Andressa Kalliny Almeida (auxiliar), no dia 16 de junho com a empresa São Salvador Alimentos S.A. Segundo Whatmann, a ideia é fazer um apelo à responsabilidade social de grandes empresas para evitar acidentes de trabalho e garantir trabalho decente para todos os empregados diretos e indiretos da atividade.
A representante da empresa, Jullyane Almeida, chefe do departamento jurídico, informou que a São Salvador S.A. possui milhares de fornecedores de diversas regiões, o que dificulta o conhecimento sobre as condições de trabalho em sua ampla cadeia de produção. No entanto, ela assegurou que a questão será encaminhada aos diretores comerciais e ao setor regulatório da empresa, responsável pelo cumprimento da legislação em toda a organização empresarial.
Na ocasião, também foi abordada a nova exigência da Lei 14.457/2022 (Lei Emprega mais Mulheres) quanto a medidas para prevenir qualquer tipo de violência no trabalho, especialmente contra mulheres, e discutida a abordagem adequada em relação à alta rotatividade de funcionários, conhecida como turnover.
A advogada ressaltou que esses aspectos são de extrema importância e recebem atenção especial por parte da São Salvador S.A. Segundo ela, no primeiro dia de trabalho, os novos empregados não executam suas atividades rotineiras, mas participam do Treinamento Básico Introdutório (TBI), além de receberem cursos periódicos. “O objetivo é promover uma mudança cultural, combatendo os preconceitos e estereótipos ainda presentes na sociedade”, afirmou.
A advogada também destacou a existência do “Canal da Ética” na empresa, enfatizando que ele vai além de uma mera formalidade. Segundo ela, a iniciativa é uma realidade concreta no ambiente de trabalho, garantindo total anonimato para as denúncias feitas pelos funcionários. “As informações são devidamente investigadas e, quando comprovadas, podem resultar em demissão por justa causa”, disse.
“Essa atividade judicante extraprocessual junto à comunidade pertencente à jurisdição da Vara Trabalho de Goiás segue a linha sugerida aos magistrados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Corregedoria Regional”, concluiu o juiz titular da VT. Ele informou que essa foi uma primeira aproximação com a empresa que tem uma boa estrutura e condições de ajudar outras empresas menores.
FV/WF
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