É muito comum ouvirmos essa frase: “Lá em casa eu ajudo a cuidar dos filhos”. Ajudar? Helllloo!!!! Saiba que esse termo “ajudar” já é demodê. Nossa sociedade avançou. Homens e mulheres têm responsabilidades iguais no cuidado dos filhos. Quando o homem cuida dos próprios filhos, ele está cumprindo seu papel de pai e compartilhando com a mãe o cuidado das crianças. A paternidade ativa reformula o papel do homem no cuidado dos filhos ao considerá-lo um agente participante do cotidiano da família.
Paternidade ativa é um chamado para que os pais também sejam cuidadores dos filhos em parceria com as mães. Esse foi o tema escolhido pela Comissão de Participação Feminina do TRT de Goiás para o dia 8 deste mês de agosto, que coincide com a comemoração do Dia dos Pais.
A paternidade ativa é uma novidade para alguns homens, mas para muitos é um assunto bastante óbvio e natural, como é o caso do servidor Diogo Felipe de Aguiar, chefe da Gerência de Planejamento de Comunicação. Aos 36 anos, ele é pai de dois filhos, a Isabel e o Diogo Filho, e divide com a esposa, a advogada Polyana, o cuidado com os pequenos.
Diogo casou-se aos 30 anos e há 4 ele e a esposa decidiram ter filhos. Primeiro veio a Isabel, hoje com 3 anos, e dois anos depois mais um bebê, o pequeno Diogo Filho, que tem apenas 1 ano. Ambos trabalhavam fora de casa, mas a pandemia trouxe o desafio para os dois de fazer teletrabalho ao mesmo tempo em que dividem as tarefas domésticas e o cuidado com as duas crianças.
Diogo relatou que quando a primeira filha nasceu, ele emendou a licença paternidade com férias, mas logo teve de voltar ao Tribunal. Trabalhava sete horas diárias e quando chegava em casa, ficava por conta da filha para que a esposa pudesse trabalhar. Ele dava comida, dava banho, brincava bastante e depois colocava para dormir e ainda acordava nas madrugadas para cuidar da Isabel.
Com a chegada do segundo filho, no ano passado, coincidindo com a pandemia do coronavírus, os desafios aumentaram. Devido a alguns problemas de saúde durante a gestação que exigiram maior repouso da esposa, Diogo teve que cuidar praticamente sozinho da pequena Bebel. Depois que nasceu o segundo filho, o trabalho se intensificou. “O maior desafio é que, por ser homem, a gente não tem alguns benefícios, não tem licença paternidade compatível, não tem redução de carga horária”, lamentou. “Tem dias que fico muito cansado por conta do acúmulo da jornada de trabalho com as atribuições da casa”, afirmou.
Mas nem todos os pais são assim. Uns não são porque o trabalho não permite, outros não desempenham mesmo esse papel tão importante de ser pai. Diogo contou que a mãe era dona de casa e cuidava sozinha da casa e dos três filhos porque o pai tinha que trabalhar para sustentar a família. Mas lembrou que o tempo que passava com o pai era de qualidade. “Meu pai era muito acima da média. Ele era bancário. Chegava às 6 da tarde e ficava por conta dos filhos. Brincava muito com a gente, dava comida e colocava para dormir”, destacou. Para ele, a participação ativa dos pais tem se tornado comum ultimamente.
Quanto à organização da jornada dupla, Diogo contou que os melhores horários para trabalhar é quando os filhos estão dormindo ou mais calmos. Assim, ele trabalha um pouco em cada período, de manhã, de tarde e de noite, além de alguns finais de semana e feriados, para conciliar os dois papéis. Ele ainda ponderou que quando o pai participa muito da criação dos filhos, por outro lado, isso pode acabar inibindo a progressão na carreira. “Em alguns aspectos, você abre mão de desenvolver-se na carreira para participar mais da criação dos filhos”, ressaltou. “Apesar de tudo, acho muito recompensador estar com as crianças participando da vida delas. Eu penso que o pai e a mãe estarem em casa faz muita diferença para os filhos crescerem bem. E isso não tem preço”, finalizou.
Relação pais e filhos
O psicólogo Kayê Conforto explica que no contexto em que vivemos, os homens não se veem como cuidadores. “Nós crescemos acreditando que quem sabe cuidar de um bebê é a mulher. Mas quem sabe cuidar de um bebê é um ser humano”, ressaltou. Ele defende que basta prática, disposição e atenção.
Para a pediatra Vânia Gato Medeiros, a relação do pai com os filhos é algo a ser construído diariamente, desde o momento zero. Começa com o colo, depois o banho, cantando música, trocando fralda, saindo em família para passear e indo aos compromissos do bebê, como a consulta pediátrica. “Parece que o pai vem com aquela imagem de ser atrapalhado, ogro e desajeitado. Isso o afasta do seu bebê. Mas hoje os vejo muito mais próximos dos filhos desde os primeiros dias”, avaliou a pediatra em entrevista concedida à Revista Crescer.
Não é fácil ser pai. Mas também não é fácil ser mãe. Os dois juntos, compartilhando o cuidado dos filhos e também da casa, com certeza vão proporcionar um futuro mais feliz e saudável para os filhos e para toda a família.
Veja abaixo algumas dicas sobre paternidade ativa:
1 – Participe dos cuidados diários: especialmente no primeiro ano do bebê, o vínculo se estabelece muito a partir das atividades da rotina, como a hora do banho, o ritual de sono, os cuidados com alimentação. Então, divida as tarefas com a mãe da criança para que ambos possam se dedicar e conhecer os gostos e preferências do filho.
2 – Tenha um tempo sozinho com seu filho: é importante que tanto o pai quanto a mãe tenham oportunidades para estar a sós com o filho. Conforme a criança for crescendo, o momento pode ser relacionado a algum hobby dos pais, como um esporte (fazer uma aula de natação juntos, assistir uma partida de futebol, etc). Outra dica é visitar lugares que são importantes para os pais, apresentando-os para os filhos. Pode ser a cidade dos avós, um museu, biblioteca ou parque.
3 – Tenha um tempo só para você e proporcione isso para a mãe também: além de pai, você também tem suas vontades e compromissos, certo? O mesmo vale para a mãe, que também quer passar um tempo com as amigas, ir ao cinema ou sair para jantar sem filhos. Então, assuma os cuidados com os filhos para poder proporcionar isso a ela.
4 – Não espere para agir: a sala está uma bagunça? Recolha os brinquedos. A criança está com fome? Prepare algo para comer. Não espere sempre a mãe para ter as coordenadas do que fazer. Mostre iniciativa.
5 – Seja pai além de brincar: brincar com os filhos é bom? É ótimo! No entanto, a vida de uma criança vai muito além de brincar. Então, é fundamental que o pai seja ativo em toda a rotina, desde os cuidados da casa, acompanhamento da educação (fazer lições, participar de eventos na escola, reuniões com professores) até a parte de diversão, como passeios, brincadeiras e viagens.
Feliz Dia dos Pais para esse paizão Diogo e para todos os papais magistrados e servidores do TRT de Goiás, advogados trabalhistas e jurisdicionados!
Lídia Neves/Comunicação Social, com informações da Revista Crescer e dicas do Blog Bebê mais lindo.
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