A companhia Jalles recebeu no dia 20 de outubro a 18ª edição do projeto Café Seguro, promovido pela Justiça do Trabalho de Goiás. A iniciativa tem como finalidade o diálogo com empregados e empregadores acerca da importância da prevenção de acidentes no ambiente de trabalho. O evento contou com a presença de representantes do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-18), do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO), do Instituto Goiano de Direito do Trabalho (IGT) e da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial).
Os participantes foram recebidos com um café da manhã de boas-vindas e assistiram a uma palestra com o procurador do Trabalho Tiago Ranieri, coordenador da Procuradoria do Trabalho no Município de Anápolis (MPT Anápolis). Ele falou do Observatório do Trabalho Decente nos municípios brasileiros e como os dados podem ajudar as instituições a promoverem saúde e segurança no trabalho.
Ranieri explicou que, por meio do observatório, é possível acessar informações como o perfil dos casos de acidentes registrados, os setores mais sensíveis, quem acionar, os EPIs adequados para cada atividade, os agentes causadores de doenças ocupacionais, entre outros. Ele ressaltou a importância do projeto Café Seguro. “Por meio das visitas, vemos as boas práticas que podem ser replicadas. Foi uma honra conhecer a usina e sermos acompanhados pelo diretor-presidente o tempo todo. É uma visão humana que deve se espalhar por todo o estado”, acentuou.
Na sequência, a psicóloga do TRT-18 Marina Cançado palestrou sobre “Ambiente de trabalho: novos tempos, antigos desafios”. A profissional falou sobre o teletrabalho e as novas formas de controle do trabalho, o assédio moral e sexual e as formas sutis de discriminação chamadas de microagressões, capazes de minar a paz no ambiente de trabalho. Para Marina, os novos tempos também pedem novas posturas. Nesse sentido, ressaltou a importância da cooperação entre colegas, da empatia, do respeito e do acolhimento na prevenção de doenças mentais, responsáveis por 30% dos afastamentos no trabalho.
O presidente do TRT-18, desembargador Geraldo Nascimento, alertou sobre os números de acidentes de trabalho no Estado que somam este ano 10.626 acidentes de trabalho típico, 241 acidentes de trajeto e 198 doenças ocupacionais. “Esses dados servem como alerta para as condições de trabalho e práticas trabalhistas inseguras e suas repercussões”, afirmou. Ele ressaltou a importância do Café Seguro e sua missão de contribuir diretamente para a redução de acidentes e valorização da saúde e vida dos trabalhadores. “O Tribunal aprendeu a levar essa mensagem para além de suas fronteiras, com a utilização de linguagem cidadã que proporciona maior efetividade na sensibilização quanto ao importante tema do trabalho decente e seguro”, concluiu.
O desembargador Welington Peixoto, gestor regional do Programa Trabalho Seguro e idealizador do projeto Café Seguro, mencionou o fato de a 18ª Região estar realizando a 18ª edição do Café. “O tribunal sai do seu local, dos gabinetes e das varas para dialogar com gestores e trabalhadores e incentivar as boas práticas nas empresas. Nós queremos trabalho digno e acolhedor, sem assédio”, disse.
O diretor-presidente da Jalles, Otávio Lage de Siqueira Filho, parabenizou o TRT-18 pela iniciativa e apresentou dados da empresa que, segundo ele, preza pela produção sustentável e valorização das pessoas. “Por trás de todas as unidades produtivas temos seres humanos. O trabalhador feliz produz mais e isso é bom para a empresa e para ele, daí a importância de eventos como este”, afirmou.
O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Alberto Balazeiro, gestor nacional do programa Trabalho Seguro, enviou uma mensagem aos participantes. Ele ressaltou que a 18ª edição do Café Seguro reforça a capilarização do programa que semeia noções de saúde e segurança em todas as regiões de Goiás. “Essa edição reforça a missão do programa que tem como norte o diálogo. O trabalho deve ser sempre o meio de vida, meio de fortalecimento das pessoas, jamais de morte”, destacou o ministro.
O engenheiro de segurança no trabalho, Tales Garcia, pontuou as ações desenvolvidas na empresa para garantir um ambiente seguro e saudável. Ele disse que o lema da Jalles é “Se não for seguro, não faça”.
Marcos Vinícius Ribeiro, há sete anos na Jalles, trabalha no setor de manutenção agrícola da indústria, com equipamentos de irrigação, e coordena uma equipe de 40 pessoas. “A empresa tem três pilares muito importantes que são a segurança, a qualidade e a produção e deixa claro para nós colaboradores que está preocupada com as pessoas. Significa manter a qualidade com segurança e com salário justo para nos mantermos enquanto profissionais”.
Jordana Borges trabalha há 11 anos no setor de geoprocessamento, em projetos e mapeamento de áreas de plantio. Para ela, é bom parar um pouco para discutir a saúde mental. “Se você não está bem, tudo pode acontecer. Trabalhar é cooperação”, ressalta.
Visita
Após as palestras, os participantes visitaram a Fundação Jalles Machado — mantenedora da Escola Luiz César de Siqueira Melo, que atende cerca de 600 alunos do maternal ao 9º ano, e da rádio educativa Itajá FM. Na ocasião, os estudantes realizaram apresentações artísticas de música e balé. Em seguida, a equipe do Café Seguro conheceu a lavoura de cana-de-açúcar e o método de controle biológico da broca na plantação responsável pela produção de açúcar orgânico.
A visita se estendeu também para as instalações da indústria sucroenergética onde são produzidos etanol e energia renovável.
Sobre o projeto
O projeto Café Seguro faz parte do programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho em Goiás e tem como objetivo dialogar com gestores e funcionários de empresas de médio e grande porte, levando informações a respeito da importância da prevenção de acidentes e doenças do trabalho, bem como aproximar o TRT-18 da sociedade. Desde junho de 2020, a iniciativa integra o Portal CNJ de Boas Práticas do Poder Judiciário, que conta com iniciativas dos tribunais que podem ser replicadas em todo o Brasil para modernizar e tornar ainda mais eficientes os serviços prestados pela Justiça.
Sobre a empresa
A Jalles, fundada em 1980 pelo empresário e ex-governador de Goiás, Otávio Lage de Siqueira, é hoje referência no setor sucroenergético nacional e foi a primeira empresa do setor a efetivar a venda de créditos de carbono, em 2001. Ela conta com três unidades industriais, sendo duas em Goianésia, Goiás, e uma em Santa Vitória, Minas Gerais, empregando cerca de 5.500 colaboradores diretos.
A empresa tem 96 mil hectares de plantação de cana-de-açúcar e exporta açúcar orgânico para 21 países da Europa, Ásia e América do Norte. Além do açúcar orgânico, produz o açúcar convencional, etanol, energia elétrica, levedura e produtos de higiene e limpeza, como o álcool 70.
FV/CG/WF
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