


Proteger crianças e adolescentes de qualquer tipo de abuso e exploração sexual é dever de todos. O dia 18 de maio – dia nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes – é uma data para lembrar a toda a sociedade que essa tarefa é diária e não pode parar. A Justiça do Trabalho de Goiás também está nesta batalha.
Instituído pela Lei Federal 9.970/2000, a data demarca a luta pelos direitos humanos de crianças e adolescentes e busca garantir o desenvolvimento deles com segurança e proteção, livres do abuso e da exploração sexual. Há 22 anos, a campanha ganha força no mês de maio, especificamente no dia 18, e tem como símbolos uma gérbera e a cor laranja. Você sabe por que?
A cor laranja é uma referência à gérbera, uma flor muito conhecida no Brasil, de fácil cultivo, porém frágil e vulnerável, como as crianças. O desenho da flor em cores primárias e em forma bidimensional faz alusão aos primeiros traços dos desenhos infantis.
Projetada em prédios públicos durante o mês de maio, a cor laranja é usada para gerar identificação com a campanha e intensificar as ações de combate à violência contra as crianças.
Apesar de ter símbolos “fofos”, a data escolhida para a campanha, porém, não traz delicadeza nenhuma. Em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, a morte de uma criança chocou o Brasil. Araceli Crespo, uma menininha de apenas 8 anos, foi raptada após sair da escola, estuprada e morta. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, desfigurado por ácido e com marcas de violência e abuso sexual.
Os indícios do crime levaram a três pessoas de classe média alta da cidade capixaba, que, segundo investigações, mantiveram a menina presa e sob efeito de drogas, sofrendo abusos de toda espécie. Mesmo considerados culpados pela Justiça, anos depois os envolvidos foram inocentados.
Ao longo das investigações, diversas testemunhas foram ameaçadas e algumas delas mortas. Apesar de bárbaro e revoltante, o “Caso Araceli” encontra-se arquivado, sem solução.
Quer saber como evitar que situações como esta aconteçam? Primeiro você pode denunciar qualquer tipo de abuso ou exploração de crianças pelo Disque 100. Uma equipe treinada analisa e encaminha denúncias de violações de direitos humanos relacionadas a crianças e adolescentes. O serviço está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana e as denúncias são anônimas. Não se omita!
Além disso, a desembargadora Kathia Albuquerque, coordenadora do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho em Goiás, lembra que a sociedade deve estar engajada em questões que diminuam a vulnerabilidade das crianças e aumente sua rede de proteção. “Denunciar é importante, mas também é essencial garantir a educação, o acesso à informação, o respeito às diferenças étnicas e de gênero, além do combate à pobreza e às relações de poder que envolvem a exploração e a violência sexual. Toda criança e adolescente são merecedores de proteção e amor. Nós, adultos, somos responsáveis por cuidar e proteger”, afirma a desembargadora.
O aumento do desemprego e a falta de investimentos nos serviços de proteção deixam as crianças e os adolescentes mais propensos a todo tipo de violência, por isso, é preciso cobrar do poder público, das organizações não governamentais e do setor privado a mobilização em torno da temática.
O slogan da campanha desenvolvida pelo Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, “Faça Bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes”, é um convite à ação conjunta de todos os níveis da sociedade para garantir a proteção das nossas crianças.
Toda a Justiça do Trabalho do Brasil aderiu ao Maio Laranja com ações locais. Em Goiás, o prédio do Complexo Trabalhista está com projeção noturna e iluminação da fachada durante todo o mês na cor laranja. Na noite desta quarta-feira, 18/5, haverá projeção especial com “Disque 100” na parede do prédio Ialba-Luza, no Setor Bueno. O objetivo é chamar a atenção da sociedade goiana para o problema e convidar todos a assumirem o papel de agente transformador da realidade das crianças brasileiras. Conscientize-se e faça a sua parte!
Jackelyne Alarcão
Comunicação Social – TRT/GO
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