Audiência pública discute regulamentação da PEC do trabalho escravo

Glossário Jurídico

EU7A9758 (Copy)Discursos acalorados durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Goiás, no dia 12 de agosto, serviram de alerta à sociedade sobre os projetos de lei  PLC 3842/12, que tramita na Câmara dos Deputados, e PLF 432/13, com tramitação no Senado que, se aprovados, irão mudar a redação do artigo 149 do Código Penal, que tipifica o trabalho análogo à condição de escravo. Promovida pela Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), a audiência contou com as presenças do senador Paulo Paim (PT/RS) e do presidente Amatra 18, juiz Luciano Crispim, representando o TRT 18.

EU7A9742 (Copy)Conforme esclarecimentos durante a audiência, os dois projetos de lei têm o propósito de alterar a tipificação de trabalho em condições análogas à de escravo, excluindo os casos de trabalho degradante e a jornada exaustiva. Esse alerta foi dado pela auditora do trabalho Jacqueline Carrijo, que considera os dois projetos de lei um retrocesso. “O Brasil hoje é referência no combate ao trabalho escravo, desde 1995 foram resgatados 50 mil trabalhadores, e a aprovação desses PLs pode legitimar o trabalho escravo no país”.

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Juiz do Trabalho Luciano Crispim representou o TRT18 na audiência pública

O juiz Luciano Crispim também ressaltou sua preocupação caso haja maior limitação do conceito do trabalho escravo. Ele aproveitou o momento também para falar sobre a precarização da Justiça do Trabalho em razão dos cortes orçamentários. “Nós estamos procurando alertar a sociedade sobre o que está acontecendo para que ela atue junto aos parlamentares para tentar a recomposição do orçamento da Justiça do Trabalho e, ainda, para discutir a reforma trabalhista que está sendo proposta”, comentou.

Presente também à audiência pública, a deputada estadual Adriana Accorsi disse que Goiás enfrenta um grande desafio de combater o trabalho escravo com a exploração de crianças e adolescentes. “Nós estamos vivendo um drama no Estado que é a escravização das crianças calungas. E se está acontecendo hoje com uma legislação que combate com rigor e pune o trabalho escravo, imagine com uma legislação mais flexível”, analisou.

A Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo planeja realizar audiências em 15 estados com o apoio da sociedade civil e das entidades públicas envolvidas. A Comissão da Agenda Goiana do Trabalho Decente é integrada pelo desembargador Geraldo Nascimento, pelos procuradores do trabalho Marcelo Ribeiro Silva e Alpiniano Lopes, pela auditora fiscal do trabalho Jacqueline Carrijo e pelo servidor Marcos Antunes, secretário-geral Judiciário do TRT18.

Discurso Des. Aldon Taglialegna

Márcia Bueno/Seção de Imprensa – DCSC

 

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