TRT-18 aborda como o meio ambiente pode impactar na saúde mental das pessoas

Glossário Jurídico

Encerrou, nessa quarta-feira (1º/6), a 6ª Semana de Responsabilidade Socioambiental e a I Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região. Os eventos aconteceram na modalidade híbrida, com o lançamento do fórum virtual de discussão sobre assédio na rede Intranet do tribunal e com as palestras sobre saúde mental e assédio no ambiente de trabalho, além da oficina sobre horta doméstica.

O evento também marcou o retorno da Feira Orgânica do TRT-18, que acontecerá todas às quartas-feiras, de 10h às 13h, na área coberta lateral do Complexo Trabalhista de Goiânia. 

Homem e mulher falando para uma plateia

Des. Welington Peixoto com a produtora de delícias orgânicas

O desembargador Welington Peixoto, coordenador do programa “Trabalho Seguro” e da comissão de prevenção e combate ao assédio moral e sexual, disse que a união do tradicional evento sobre sustentabilidade socioambiental e a semana de combate aos variados tipos de assédio promove a conscientização dos servidores e da sociedade sobre a responsabilidade pelo meio ambiente do trabalho. 

Peixoto ressaltou que a implementação de uma política de prevenção e combate aos variados tipos de assédio no âmbito laboral traz para a cultura do TRT-18 a ampliação do respeito e dignidade para os trabalhadores da casa. “Plantamos a semente da cultura de cuidar das pessoas e do meio ambiente”, afirmou ao dizer que tanto o trabalho seguro como a conscientização contra o assédio confluem para o ambiente saudável e a preservação da natureza.

Assédio no ambiente de trabalho

O juiz do trabalho Fernando Rossetto explicou que o assédio é uma conduta que resulta em um dano estrutural, principalmente psicológico, do trabalhador. “É preciso entender que os temas ambientais, incluindo o meio ambiente do trabalho, estão relacionados aos aspectos mentais da saúde”, disse ele, ao se referir ao conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para a instituição internacional, saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. 

homem falando para plateia

Juiz do trabalho Fernando Rossetto falando sobre assédio

Em seguida, o magistrado fez um breve apanhado histórico sobre os estudos acerca do assédio e como a teoria se desenvolveu, até chegar aos conceitos atuais de assédio em suas diversas vertentes. Rossetto destacou que, por definição, o assédio acontece em uma relação assimétrica de poder, onde o assediador tem características psico-arquetípicas de Narciso. Esse mito, explicou o juiz, representa a vaidade e a incapacidade de perceber o outro. 


Além dessa característica, Fernando Rossetto explicou que o assédio tem como característica condutas repetitivas por meio de práticas perversas. O propósito dessas ações, explicou, é manter a posição de poder ao destruir a identidade do assediado. O juiz pontuou que, em alguns momentos, o assédio é tão grave que pode levar a consequências extremas para a sociedade, como a perda da identidade do trabalhador.

Nesse ponto, Rossetto explicou que o preço desse adoecimento social é alto tanto para empresas, quando o assédio interfere diretamente na produção e motivação dos trabalhadores ao executarem os serviços, quanto para o Estado. Ele explicou que o índice de adoecimentos mentais dos trabalhadores afeta a própria União, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela concessão de auxílios-doença pela Previdência Social. 

Saúde mental no trabalho pós-pandemia

Marina Cançado, psicóloga do TRT-18, falou sobre a importância de se conversar sobre a saúde mental dentro das instituições públicas e privadas. Para ela, não basta a fala técnica dos psicólogos para acalentar situações, “às vezes é necessário trazer reflexões que tragam inquietude para o meio ambiente laboral”.

Mulher falando para plateia

Marina Cançado falando sobre saúde mental para público do TRT-18

Cançado destacou que o período da pandemia não foi fácil para ninguém. “Cada pessoa travou suas próprias batalhas”, afirmou ao explicar que foi descoberta a fórmula de como enlouquecer humanos: tranque-os em casa. A psicóloga disse que a pandemia trouxe a ameaça estrutural mais grave sobre o indivíduo: o desemprego, o medo de não conseguir prover o próprio sustento e o de sua família. 

Marina Cançado ainda falou sobre a necessidade de se gerir o estresse, principalmente em relação a seguir em frente. “Vivemos o momento em que é necessário conversar com todos, familiares, amigos, conhecidos, para trocar experiências e iniciativas”, afirmou. 

Por último, o presidente do TRT-18, desembargador Daniel Viana Júnior falou sobre a importância de se falar em sustentabilidade e ambiente de trabalho digno. “Afinal as questões sociais do trabalho prezam pelo social, sendo louvável essa união desses temas complementares”, afirmou. 

Viana Júnior reforçou a necessidade de se adotar como diretrizes para a prevenção do assédio o fortalecimento do respeito e a garantia da equidade de tratamento entre as pessoas. Para o desembargador, a união dos temas de combate ao assédio e a promoção de práticas sustentáveis para o meio ambiente estreitam os laços entre o tribunal e a sociedade. 

Durante o evento foi servido um lanche com alimentos naturais, como pães e bolos feitos com produtos orgânicos da Feirinha Orgânica do TRT. Na ocasião, também foram distribuídas mudas típicas do Cerrado, além de mudinhas de hortaliças e temperos.

Horta doméstica

Finalizando a Semana de Responsabilidade Socioambiental, foi realizada a oficina “Como fazer uma horta doméstica”. O evento trouxe o verde para o Complexo Trabalhista com dicas teóricas e práticas sobre o manejo de plantas em pequenos e grandes espaços. 

Um homem e uma mulher atrás de uma mesa com mudas e materiais para plantio

Myllena e Thainan falando sobre como manter uma horta em casa

Os instrutores e produtores rurais Myllena Camargo e Thainan Menezes reforçaram a importância do plantio orgânico tanto para a saúde quanto para o meio ambiente. Os produtores incentivaram a prática distribuindo materiais para serem utilizados durante a produção doméstica.

Comunicação Social/TRT-18

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