O juiz tem que fazer justiça e não justiça social, destacou o filósofo Luiz Pondé em encontro com magistrados

Glossário Jurídico

IMG_1201“Eu fugiria do país se sentisse que o juiz que tivesse julgando meu caso estivesse mais preocupado em fazer justiça social do que fazer justiça”, ressaltou o filósofo Luiz Felipe Pondé ao responder uma das perguntas dos magistrados sobre o que uma pessoa normalmente espera de uma decisão judicial. O filósofo e escritor Luiz Pondé proferiu palestra aos magistrados do TRT18 quinta-feira (19/11), no Encontro Institucional sobre Saúde Física e Mental dos Magistrados “Um olhar adiante”, promovido pela Escola Judicial com o objetivo de debater temas relevantes para a saúde física e mental dos magistrados diante dos desafios na jurisdição.

Luiz Pondé falou sobre os desafios da vida moderna, sobre relacionamentos, felicidade, liberdade e também sobre o transtorno da grade de valores, ao citar os recentes atentados a Paris na última semana. “Nós herdamos do século 19 a ideia de que estávamos em constante progresso. Mas o progresso moral não acompanhou o avanço científico”, criticou. Sobre o mundo corporativo, ele destacou a competitividade como uma das maiores contradições do mundo moderno. “Aparentemente, as pessoas produzem mais quando estão competindo. Seria muito mais bonito se as pessoas produzissem mais quando estão trabalhando juntas, amando uma às outras. A competitividade quebra vínculos, destrói ambientes e cria desconfianças. Mas se o cara for ‘bonzinho’ e não competir, ele vai quebrar”, considerou.

IMG_1242Luiz Pondé, que é também conhecido como filósofo do pessimismo, por estar mais ligado às tradições trágicas da filosofia, explicou que esse pessimismo, na verdade, “funciona como um controle de qualidade do otimismo delirante”. Ele ressaltou que as pessoas não podem ser tão otimistas e acreditar demais que o homem possa fazer o mundo perfeito, “porque todas as tentativas de fazer um homem perfeito mataram um monte de gente no século 20”.

Sobre felicidade, ele disse que pesquisas apontaram o “U” da felicidade, em que as pessoas mais jovens são mais felizes e pela faixa dos 50 anos a pessoa chega na parte baixa do “U”, que é a pior das idades, segundo Pondé, pelo fato de nessa idade a pessoa já saber se deu certo ou não no trabalho – e não tem como mudar de ramo mais – e já saber que os filhos não eram aquilo que esperavam. “Mas com 60 anos, a curva do U pode subir, se você tomar os remedinhos, deixar de tomar tudo quanto é coisas gostosas, não tiver bebido demais, deixar um pouco o moralismo de lado e deixar de se preocupar com o que os outros pensam de você”, observou.

IMG_1254Ainda na quinta-feira (19/11), os magistrados assistiram à palestra sobre prevenção e manejo do estresse, com a doutora em psicologia Ana Maria Rossi, e em seguida participaram de uma mesa redonda com juízes e desembargadores aposentados para refletir sobre o futuro dos magistrados. O encontro termina nessa sexta-feira (20/11) pela manhã, com a palestra “Cuidando de seu melhor patrimônio e educação para o devir”, com a doutora em Psicologia Social Sheila Giardini Murta. Desembargadores e juízes da capital e do interior participaram do encontro, que é parte integrante do Plano Anual de Capacitação da Escola Judicial – 2015.

Lídia Neves/Seção de Imprensa/DCSC

Facebooktwitter

Ficou em dúvida quanto ao significado de algum termo jurídico usado nessa matéria?
Consulte o glossário jurídico: www.trt18.jus.br/portal/noticias/imprensa/glossario-juridico/
Esta matéria tem cunho meramente informativo, sem caráter oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Coordenadoria de Comunicação Social
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região
comunicacao@trt18.jus.br

Esta entrada foi publicada em Escola Judicial e marcada com a tag , . Adicione o link permanenteaos seus favoritos.

Os comentários estão encerrados.