Conematra: Metodologia do pensamento sistêmico pode ajudar dia a dia do magistrado

Glossário Jurídico

DSC_0112Após abrir a 48ª Assembleia Geral Ordinária do Conematra – Conselho Nacional das Escolas de Magistratura do Trabalho nesta quinta-feira, 3/3, às 14 horas, o presidente do TRT18, desembargador Aldon Taglialegna saudou os participantes do evento, que reúne em Goiânia magistrados, coordenadores pedagógicos das escolas judiciais e assessores dos tribunais regionais do trabalho de todo o país. Em seguida, o médico Décio Fábio de Oliveira Júnior falou sobre a visão sistêmica aplicada à formação dos magistrados. Ele explicou que o pensamento sistêmico é uma metodologia “inovadora” que ajuda a entender o comportamento humano e a tornar as relações mais equilibradas no trabalho e na vida pessoal.
SegundoDSC_0224 o conferencista, o pensamento sistêmico procura responder a três grandes perguntas: o que não se pode fazer, o que e como se faz e por onde se começa. Para o médico, a teoria sistêmica se utiliza da fenomenologia nas relações humanas. Ele demonstrou aos participantes que o simples fato de observar uma pessoa muda o comportamento dela. “Os juízes estão inseridos dentro de um sistema social e podem se utilizar do pensamento sistêmico para encontrar soluções para problemas recorrentes”, salientou. O palestrante sugeriu, por exemplo, a mudança da disposição das partes na audiência porque colocá-las frente a frente já indica inconscientemente uma postura de não conciliar. “Existem situações espaciais que despertam comportamentos inconscientes nas pessoas”, explicou.

Décio Oliveira afirmou que quando não compreendemos as leis sistêmicas de um determinado lugar produzimos o caos. No caso de uma audiência, por exemplo, é preciso ver qual a violação de lei sistêmica da causa em curso. Ele explicou que existem três leis sistêmicas: a do pertencimento (vínculo), a da ordem (hierarquia) e a do equilíbrio (dar e receber/tomar).

O professor destacou que muitas ações na Justiça do Trabalho têm a ver com uma ruptura no equilíbrio em dar e receber. Ou seja, alguém deu algo e o outro não deu em contrapartida. Assim, “para o juiz que observa isso dentro da audiência, ser capaz de identificar essas leis, se foi uma ruptura de ordem, ou de equilíbrio, ou de pertencer, permite a ele achar o fio da meada para conduzir a coisa para que de fato ela produza uma reconciliação e não só um acordo. Caso contrário, ele estará plantando a semente de uma nova causa no futuro”, assinalou.

DSC_0090O que importa no pensamento sistêmico e na fenomenologia, que é contrária à abordagem Cartesiana, é a postura. Ou seja, mais importante do que o “que” fazemos é o “como” fazemos, e isso, segundo ele, dispara gatilhos emocionais que geram empatia ou não. O palestrante concluiu que o juiz não deve se colocar no lugar da outra pessoa e receber as eventuais ofensas como pessoais, ou seja, assumir coisas endereçadas a outrem. “Temos um lugar no sistema e quando saímos dessa posição nos colocamos em risco”, salientou.

 

Fabíola Villela/Seção de Imprensa/DCSC

 

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