Café Seguro realizado no Sindiposto alerta frentistas sobre os riscos do benzeno à saúde
O primeiro evento do projeto Café Seguro deste ano foi direcionado aos trabalhadores do ramo de combustíveis. Mais de cem frentistas e empresários assistiram à palestra sobre os riscos do benzeno e outros inflamáveis à saúde na manhã desta terça-feira (9/4) no auditório do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto).
O coordenador regional do Comitê Gestor do Programa Trabalho Seguro em Goiás, desembargador Welington Peixoto, explicou que o objetivo do evento é conscientizar os trabalhadores e os empresários sobre a importância das boas práticas de prevenção de acidentes e de adoecimento no trabalho. Ele citou especialmente o tema central da palestra, o benzeno, produto químico adicionado aos combustíveis que pode provocar muitos males à saúde se não forem tomadas as devidas medidas de segurança.
O procurador do Ministério Público do Trabalho, Januário Justino Ferreira, falou sobre a campanha do MPT com relação ao benzeno e comentou que os dados do Observatório do MPT sobre acidentes do trabalho são assustadores. Ele avaliou que quase sempre as empresas fornecem os equipamentos de proteção individual (EPI), mas que muitos trabalhadores relutam em utilizá-las. “Queremos conscientizar vocês para evitar esse mal para a sociedade. Talvez não percebam agora, mas o adoecimento aparece no futuro”, disse.
Márcio Martins, presidente do Sindiposto, também reforçou a importância de parar e pensar nesse problema para agir no dia a dia para se ter um ambiente saudável para os trabalhadores e consumidores. O presidente do TRT18, desembargador Paulo Pimenta, por sua vez, ressaltou a importância da participação de todos nessa causa e agradeceu ao Sindiposto pelo seu engajamento e aos empresários que liberaram seus funcionários para participarem da palestra.
“Não queremos que nenhum de vocês precise reclamar na Justiça do Trabalho porque adoeceu. Queremos que tenham saúde e que conscientizem também os seus colegas sobre os riscos do benzeno”, aconselhou Paulo Pimenta. O magistrado ainda lembrou da importância de conscientizarem também a clientela dos postos de combustíveis. “Uma forma de prevenção é não abastecer ‘até a boca’. Não completar, parar assim que der o estalo e, se for preciso, explicar ao cliente para adquirirmos essa cultura de prevenção”, alertou.
Prevenção
A palestra “Prevenção do benzeno e outros elementos nocivos à saúde do trabalhador” foi proferida pelo engenheiro Sever Marcos Leal, especialista em Engenharia de segurança do trabalho, que falou sobre os tipos de contaminação por benzeno, seus efeitos no organismo e as consequências aos trabalhadores. “O benzeno não é flor que se cheire, por isso temos que evitar estar próximos a ele”, resumiu.
Sever Marcos destacou que o benzeno está entre os dez maiores problemas químicos para a saúde, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), e tem como um dos seus piores efeitos o câncer. Ele explicou que há várias formas de contaminação e que o maior foco de preocupação é a contaminação pelas vias respiratórias. “O trabalhador deve evitar ficar junto ao bico da bomba de combustível durante o abastecimento e só retornar após o desarme automático da bomba”, aconselhou.
O engenheiro também informou que a Portaria MTE 1109/2016 determinou alguns procedimentos de segurança a serem tomados pelos postos de combustíveis, a exemplo da proibição do uso de flanelas e estopas pelos frentistas e do uso de mangueiras para transferir combustíveis. A portaria também recomendou, segundo ele, que o armazenamento de amostras coletadas de combustíveis seja feita em área exclusiva com ventilação e temperatura adequadas e afastada de outras áreas de trabalho, dentre outras recomendações.
Lídia Neves
Setor de Imprensa
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