Abertura de exposição marca homenagem do TRT às mulheres

A abertura da exposição com fotografias de personagens que simbolizam a luta e as conquistas da mulher contemporânea, realizada sexta-feira, 8/3, no saguão do 1º andar do Fórum Trabalhista de Goiânia, serviu como pano de fundo para o Tribunal homenagear todas as mulheres que atuam na Justiça do Trabalho goiana.

A presidente do TRT, desembargadora Elza Silveira, fez a abertura do evento e agradeceu a presença do grande público presente, entre magistrados, servidoras e servidores, além de familiares, afirmando que era uma honra poder homenagear as mulheres do Tribunal. Segundo a magistrada, a grande força que impulsiona a mulher é o amor.

Na abertura da mostra, quatorze personalidades com histórias de vida diferentes, mas de muita dedicação e sucesso, que conseguiram mostrar nas diversas áreas em que atuam o valor e a importância do sexo feminino, receberam os cumprimentos do Tribunal. Foram homenageadas a ministra do TST Delaíde Arantes; a própria presidente do TRT, Elza Silveira; a desembargadora Kathia Albuquerque; a juíza Ruth de Souza; a filantropa Márcia Ramos; a diretora do TRT Suzana Ferreira; a servidora Genaura Tormin; a educadora Raquel Teixeira; a secretária estadual de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial, Gláucia Reis; a gerente regional do Bradesco, Rut Lima; a primeira servidora da JT em Goiás, Elisa Castro; a ex-presidente do TRT Ialba-Luza Mello (em memória) e a secretária de defesa social da Prefeitura de Goiânia, Adriana Accorsi..

Na ocasião, o presidente da Amatra18, juiz Platon Neto, leu uma crônica do Carlos Drumond de Andrade sobre a dupla jornada da mulher. Ao final, foi servido um coquetel ao som da cantora e pianista Klara e do violinista Guilherme. No repertório, a dupla interpretou os grandes nomes da música popular brasileira com destaque para a bossa nova.

Confira abaixo o depoimento das homenageadas:

Desembargadora Elza Silveira

O amor é a força que nos move

“A mulher consegue uma força interna muito grande. E ela se torna obstinada na obtenção de um futuro melhor para a família. Em geral é o amor. É o amor que faz com que a mulher trabalhe mais, que ela conquiste mais para os filhos e para a família. É para atender àquelas pessoas que ela mais ama. Então, basicamente a força da mulher está no amor”.

 

Ministra Delaíde Arantes

 A vida é uma “delícia”

“As pessoas às vezes me falam que tive uma vida difícil, que sou uma batalhadora. Mas eu definiria  em uma palavra a minha vida: “uma delícicia”. É muito bom ser mulher. Mas é necessário ressaltar o valor da persistência, de se levar a sério. Precisamos amar a vida e ao mesmo tempo levar tudo muito a sério: os estudos, a leitura, os relacionamentos, a carreira profissional. Desde muito cedo eu soube que só seria uma mulher de sucesso se conseguisse conciliar trabalho, família, amigos. Sempre com alegria e  com emoção, senão todo o esforço não iria compensar.”

Desembargadora Kathia Albuquerque

A receita é viver com alegria

“O fato de ser mulher traz para todos nós uma cobrança maior da sociedade. Mas, a forma de vencer as dificuldades é por meio da felicidade, que é de onde nasce a força para você poder levantar todos os dias e lutar. Essa é a força diferenciadora da mulher. Jesus Cristo nasceu de uma mulher. Deus deu seu único filho do ventre de uma mulher. É sinal de que nós somos e de que temos a fertilidade, a vida. Nós temos esse dom. Isso não nos torna melhores. Nos torna especiais, fortes, lutadoras para vencer, diariamente, com alegria e felicidade.

Servidora Genaura Tormin

Tudo fica bem quando estamos direcionadas ao bem

“O ser mulher continua latente dentro de mim. Eu apenas tive um problema  que  mudou o  jeito de fazer algumas coisas, como por exemplo andar, mas tudo fica bem quando estamos bem, quando a gente está direcionada ao bem, direcionada à conquista, ao otimismo. Por excelência sou valente, guerreira. E nós temos também as muletas que nos ajudam, como por exemplo a família. A minha família nunca me castrou  as oportunidades, ela me impulsiona às conquistas ao desafios e isso é de suma importância, e talvez seja isso o segredo do meu sucesso. É muito bom ser mulher, mãe, amante, companheira, funcionária. Me honra muito estar aqui e ver essas colegas maravilhosas e compartilhar esse momento em que se comemora o Dia Internacional da Mulher”.

 

Servidora aposentada Elisa Castro

A Justiça do Trabalho foi uma oportunidade

“Sou a primeira servidora da Justiça do Trabalho. Ingressei na Justiça do Trabalho por meio de concurso e a Justiça do Trabalho foi muito boa para mim, me ofereceu muita oportunidade para trabalhar, sempre fui muito bem tratada aqui”.

 

Gláucia Reis

A violência é um dos problemas ainda a serem enfrentados

“Acho que nesse 8 de março, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, temos de comemorar grandes avanços conquistados pela mulher. Nós somos a maioria nas universidades e no serviço público.  Nós já ingressamos na carreira do Judiciário na primeira  instância. Agora vem outros desafios, porque nós ainda somos minoria nos espaços de poder, além do grave crime que assola o país que é o crime da violência doméstica. Penso que num curto espaço de tempo nós avançamos muito, mas ainda o espaço de poder é dos homens. Além da violência doméstica, enfrentamos também o crime do tráfico de mulheres. Então cabe a nós nos unirmos, Poder Judiciário, Executivo e Legislativo para mudar essa realidade”.

 

“Quando você educa uma mulher, você educa a família. As pesquisas mostram que, quanto maior o nível de escolaridade da mãe, maior o estímulo da educação dos filhos, menor o número de gravidez precoce, de problema de audição. Então, a educação da mulher tem um retorno social muito grande. Muitas pesquisas de economia, inclusive, mostram que quanto mais você investe na educação do homem, mais você tem um retorno financeiro privado. O homem fica mais rico. Quanto mais você investe na educação da mulher, você tem um retorno social comunitário. Ela tem esse dom de pacificar, educar a família e o grupo social. Também foi pela educação que a mulher conquistou espaços. Apesar do poder e do dinheiro continuarem ainda em mãos masculinas, a ocupação dos espaços, que hoje se dá através de áreas onde ela é selecionada por mérito. São concursos. Juízas, desembargadoras, pesquisadoras, promotoras, professoras universitárias. Então, a inserção da mulher na sociedade tem sido através da educação. Então, a educação é a sela. Ela abre espaço pra vida. Ergue o nível social do pessoal. Ela beneficia toda a sociedade pelo bem que ela faz. É a educação que transforma as pessoas. Enquanto a gente não transformar as pessoas, nós não vamos transformar a sociedade. A educação é tudo”.

 

 

“Nós somos capazes de liderar vários homens e de também enfrentar esses desafios muito duros, como foi investigar a maior chacina que já houve em Goiás; enfrentar a morte dos meus amigos. Nós somos capazes, talvez melhor um pouco que os homens, porque temos uma capacidade um pouco maior de entender as complexidades das pessoas que se envolvem em situações de crime. O sofrimento da família, das pessoas envolvidas. Por isso eu acredito que a mulher é uma excelente policial, uma excelente delegada. Mas é claro que nós também precisamos dos homens. Eu acredito em equipes que têm homens e mulheres comprometidos, unificados, unidos pelo fim que é a investigação, que é proteger a sociedade. O que eu sinto é uma responsabilidade muito grande, porque são as vidas das pessoas que nós interferimos diretamente. Como chefe da Polícia Civil eu estava representando as mulheres de Goiás e as mulheres da segurança pública. Então, obviamente que isso pesa um pouco. Mas, eu procuro fazer o melhor e dar o melhor de mim também.”

 

“Sempre foi fácil trabalhar no Tribunal. Eu nunca senti nenhum tipo de discriminação em relação a ser mulher. Pelo contrário, eu sempre me senti muito valorizada e apoiada. Não tive nenhuma dificuldade em ser diretora da SOF porque a equipe era muito boa. Todos nas suas áreas conheciam bem o seu trabalho e eram muito dedicados. Então, não tinha muito problema nesse sentido. É lógico que, no início, não tinha a experiência que eu tenho hoje, só mais conhecimento teórico. Mas, foi um aprendizado, aos poucos fui crescendo e ampliando o conhecimento, graças ao apoio da minha equipe.”

 Juíza Ruth de Souza

Agradecimento

“Estou muito feliz de receber a homenagem como magistrada e como mulher.”

 

 

Advogada, professora e filantropa Márcia Ramos

A fraternidade é uma característica feminina

Graças a Deus continua existindo esse lado de cuidadora por parte da mulher. Porque o mundo precisa da solidariedade. E a mulher, pelo aspecto da maternidade, ela é mais solidária. Então acredito que continuará mantendo essa característica. A solidariedade, a fraternidade e o amor devem realmente ser o foco de todas as pessoas e a mulher tem isso com mais ênfase.

Rut de Lima

O mercado está mais receptivo às mulheres

Muita disposição. Muita fé nisso e a oportunidade da própria empresa que eu entrei e trabalhei a vida toda que é o Bradesco. Uma empresa que, desde que trata a mulher e o homem da mesma forma. As oportunidades são iguais. Eu acho que o mercado está mais aberto para acolher a profissional mulher.

 

 

Ialba-Luza

Uma guerreira

‘Minha mãe era uma guerreira. Ela lutou demais pela permanência da Justiça do Trabalho, uma pessoa a quem admiro muito. Ao mesmo tempo ela era uma pessoa muito humana” (Milena Mello que recebeu as homenagens em nome de sua mãe)

 

 

GALERIA DE FOTOS 

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Veja também as fotos do evento na página do TRT-Goiás no facebook clicando aqui.

 

Márcia Bueno

Núcleo de Comunicação Social