Desembargador cego diz que pessoas com deficiência ainda são tidas como incapazes de produzir
O Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, por meio de suas unidades Gerência de Saúde e Setor de Responsabilidade Socioambiental, promoveu o evento “Acessibilidade e Inclusão no TRT18” na manhã de quinta-feira (18/10). O evento buscou estabelecer um debate com magistrados, servidores e a comunidade em geral sobre os benefícios significativos que a acessibilidade pode trazer tanto para pessoas com deficiência quanto para a sociedade e, ao mesmo tempo, sensibilizar os participantes para a importância da igualdade de oportunidades.
A abertura do evento contou com a apresentação da banda Inclusiva Luar, sendo a maioria dos seus integrantes pacientes da Vila São Cotolengo.
O primeiro magistrado cego do país, Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, falou para o público presente sobre o trabalho da pessoa com deficiência no contexto dos Direitos Humanos. Desde 2009, ele atua como desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (Paraná). Antes, ele atuou como procurador do trabalho nos estados de São Paulo e Paraná.
O desembargador veio ao TRT de Goiás para contar a história dele em um evento sobre acessibilidade e inclusão. Segundo o juiz, cerca de 24 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência e, desse número, apenas 420 mil estão no mercado de trabalho. “Mesmo com a lei de cotas, ainda existe aquela velha ideia de que essas pessoas são incapazes de produzir. Por isso, é importante vencer o preconceito e eliminar as barreiras físicas”, considerou o magistrado em sua palestra.
Após, foi oferecida a oficina Superando barreiras atitudinais, promovida pelo Centro Brasileiro de Reabilitação e Apoio do Deficiente Visual (Cebrav). Paralelamente ao evento, ainda ocorreu a mostra de artesanatos produzidos pelos pacientes da Vila São Cotolengo.
Multa social
Ainda no mesmo evento, o TRT18 lançou a campanha “multa social”. A iniciativa tem por objetivo conscientizar servidores e o público em geral para o respeito às vagas destinadas a pessoas com deficiência nos estacionamentos do Tribunal.
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