Filha reencontra pai depois de 18 anos após vê-lo em vídeo da Justiça do Trabalho

Glossário Jurídico

Esse é um daqueles casos que tocam o coração e mostram as reviravoltas que a vida dá. Lizandra Alves separou-se do pai quando ainda era bebê. O pai era caminhoneiro e viajava muito. Depois que ela e sua mãe se mudaram de Breu Branco, no Pará, nunca mais o pai teve notícias da filha, nem a filha do pai. Isso aconteceu no início dos anos 2000, quando a maioria da população não tinha fácil acesso à internet, a redes sociais e a telefone. A menina cresceu e descobriu que o pai que a criava não era o pai biológico. Mas foi somente no ano passado, que a jovem, agora com 18 anos, começou a investigar o paradeiro do pai. E foi aí que ela se deparou com um vídeo produzido pelo Tribunal Regional do Trabalho de Goiás.

Lizandra Alves contou que foi pelos mecanismos de busca do google, após ter em mãos o nome completo do pai, que ela encontrou um vídeo do TRT de Goiás em que o pai era o protagonista. No vídeo, Pedro Jovêncio relata o acidente de trabalho sofrido em 2016 que resultou na amputação do seu braço esquerdo. O vídeo fez parte da campanha “25 motivos para prevenir acidentes de trabalho: essa história não pode se repetir”, promovida pela Justiça do Trabalho. Ninguém sabia que o vídeo em que o motorista relatava o trágico acidente que o impediu de seguir na profissão de motorista seria também o meio que lhe traria de volta sua bela filha que havia ficado num passado tão distante.

Lizandra continua no Pará, em Paraupebas, cidade onde foi morar com a mãe e a avó quando ainda era bebê. Ela contou que não se lembrava do pai, mas sempre sentiu a falta dele. Já Pedro Juvêncio vive em Anápolis e os dois já se falam por telefone há alguns dias aguardando ansiosamente o momento em que poderão dar aquele abraço de pai e filha que não tiveram a oportunidade de fazê-lo em todos esses anos. São quase 1500 km que separam os dois. E agora faltam condições financeiras para o reencontro.

Dificuldades
Pedro Juvêncio contou que tinha muita vontade de rever a filha estando com os dois braços, para abraçá-la bem forte e também para ter um trabalho e conseguir dar bons presentes para a filha. Quando encontrá-la pessoalmente, ele disse que quer se desculpar por não ter estado presente no crescimento dela. Ele disse que depois que ela se mudou de Breu Branco, ele nunca mais descobriu o endereço da filha. Como caminhoneiro, fez várias viagens para Paraupebas mas nunca soube que era lá que a filha morava.

O ex-motorista relatou que após o acidente de trabalho com o caminhão que ele dirigia, passou a ter inúmeras dificuldades financeiras por não conseguir se aposentar e não conseguir emprego. Ele já fez inúmeras perícias tanto no INSS como na Justiça Federal, mas nenhuma sinalizou para sua aposentadoria. Hoje ele recebe apenas um benefício acidentário de R$ 625 e vive ‘de favor’ na casa de uma conhecida. O dinheiro, segundo ele, não dá para as despesas básicas nem para a passagem para ir até Paraupebas encontrar com a filha.

Pedro Juvêncio contou que já distribuiu inúmeros currículos na cidade de Anápolis, mas nunca conseguiu um emprego. Ele acredita que seja pela falta de estudos, de cursos de qualificação e pela falta do braço esquerdo, que o limita para muitas atividades profissionais. O sonho dele é rever a filha e ter novamente um emprego.

Pedro tem mais três filhos de outros casamentos, dois moram em Belém (PA) e um terceiro mora com a mãe em Anápolis. Lizandra, por sua vez, tem mais uma irmã por parte de mãe. E nós vamos seguir acompanhando o desfecho dessa história e desse reencontro emocionante do qual o TRT de Goiás teve o privilégio de fazer parte.

Lídia Neves – Comunicação Social

Facebooktwitter

Ficou em dúvida quanto ao significado de algum termo jurídico usado nessa matéria?
Consulte o glossário jurídico: www.trt18.jus.br/portal/noticias/imprensa/glossario-juridico/
Esta matéria tem cunho meramente informativo, sem caráter oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Coordenadoria de Comunicação Social
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região
comunicacao@trt18.jus.br

Esta entrada foi publicada em Notícias, TRT18. Adicione o link permanenteaos seus favoritos.

Os comentários estão encerrados.