


Foi o desejo de se sentir capaz e de ser tratado com dignidade que guiou os passos do estoquista Weste, de 48 anos, à Justiça do Trabalho. Surdo, casado com uma mulher com a mesma deficiência e pai de quatro filhos, todos ouvintes, ele foi recebido no Setor de Atermação Verbal, porta de acesso ao Judiciário para muitos trabalhadores sem condições financeiras de contratar um advogado.
Mesmo diante das barreiras impostas pela deficiência auditiva e de fala, Weste nunca deixou de buscar conexão com aqueles ao seu redor, incluindo aqueles que desconhecem a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Seu rosto, iluminado por um sorriso de gratidão, revelava a alegria de encontrar no Tribunal Regional do Trabalho de Goiás não apenas um meio para reivindicar seus direitos trabalhistas, mas também um apoio crucial para se comunicar. O atendimento inicial a Weste contou com a valiosa ajuda de um intérprete de Libras, um servidor do Tribunal capacitado para esse tipo de atendimento.
A história de Weste reflete a realidade que muitas pessoas com deficiência vivem no dia a dia ou na busca por trabalho e inclusão na sociedade. Frequentemente, se deparam com a discriminação e com o julgamento daqueles que veem essas pessoas como incapazes de trabalhar como alguém “normal” em razão daquilo que os torna diferentes. Contratado como estoquista por uma autopeças, na condição de pessoa com deficiência, Weste alegou que era submetido constantemente a situações de assédio moral por parte do gerente e do supervisor da empresa. Além das repreensões sofridas, de forma injusta e humilhante, o trabalhador narrou que era colocado num canto, enquanto via todos os demais empregados trabalharem, e ficava sem receber novas tarefas. Isso vinha causando nele profundo desconforto e sentimento de incapacidade.
Weste buscou, então, ajuda em um sindicato profissional e no Ministério Público, que o orientaram a procurar a Justiça Trabalhista em Goiânia. Aqui, recebeu assistência jurídica prestada por alunos e por uma advogada e professora do curso de Direito de uma das faculdades conveniadas com o TRT-GO.
A ação foi protocolada e ganhou tramitação prioritária por tratar-se de um caso de pessoa com deficiência e assédio moral. Vinte e seis dias depois, Weste voltou ao Tribunal para a audiência inicial, com tentativa de conciliação. Novamente, o intérprete de Libras foi chamado para auxiliar na comunicação entre o trabalhador e os demais envolvidos na audiência. Ao final, um acordo foi selado. A empresa se comprometeu a fazer a dispensa de Weste sem justa causa e a pagar o valor estabelecido na negociação. O trabalhador disse ter ficado satisfeito com o atendimento e com a Justiça do Trabalho goiana.
Agora, pretende buscar novas oportunidades no mercado de trabalho para sustentar a si e a família, já que a esposa também está desempregada, cuidando do filho mais novo, um bebê. Weste espera ter a chance de trabalhar com transporte rodoviário, setor do qual disse gostar e para o qual tem, inclusive, CNH na categoria D, que permite dirigir ônibus, micro-ônibus e vans.
Depois dessa experiência, Weste segue a passos firmes, confiante no futuro, e com a certeza de que a Justiça do Trabalho estará sempre de portas abertas para acolher todos que a procuram e restabelecer o direito e a dignidade nas relações de trabalho.
A atermação, ou ação trabalhista verbal, é um serviço gratuito oferecido pela Justiça do Trabalho, realizado por um servidor especializado, que escuta a demanda da pessoa e a transforma em um documento escrito que dá início a um processo trabalhista, sem necessidade de um advogado.
O servidor da Justiça também oferece orientação, de forma imparcial, sobre os direitos trabalhistas, ajudando a pessoa atendida a entender seus direitos e opções para buscar garantir seus direitos.
A Justiça do Trabalho dá prioridade a casos envolvendo pessoas com deficiência, reconhecendo suas necessidades específicas e buscando garantir uma experiência justa e inclusiva.
Por meio de parcerias com sindicatos, faculdades conveniadas e profissionais voluntários, é possível ao trabalhador obter assistência jurídica gratuita, garantindo o acesso à justiça para todos.
Em algumas situações, em que a discussão sobre o direito trabalhista é complexa, a assistência técnica especializada de um advogado pode ser essencial para garantir uma defesa eficaz dos direitos do trabalhador, já que ingressar com uma ação na justiça do trabalho sem assistência de advogado tem algumas limitações.
“Portas da Justiça” é uma série de reportagens sobre casos reais de acesso aos serviços da Justiça com um enfoque humanizado, que valoriza a experiência pessoal de quem buscou atendimento. Com ilustrações originais, o projeto aproxima a instituição da sociedade e amplia o conhecimento sobre as diversas portas de entrada à Justiça do Trabalho em Goiás.
Coordenação: Lídia Barros Nercessian
Gerente do Projeto: Lívia de Freitas do Lago e Abreu
Reportagens: Fabíola Mendes Vilela / Lídia Barros Nercessian / Lídia Cristina Neves Cunha / Wendel Franco de Sá Guimarães
Ilustrações: Gustavo Marques da Conceição
Artes Gráficas: Carla Cristina Carvalho / Érika Leite Cardozo / João Carlos Leal
WebDesign: Jaqueline dos Santos Martins Rodrigues
Aprovação: Geraldo Rodrigues do Nascimento
Foi o desejo de se sentir capaz e de ser tratado com dignidade que guiou os passos do estoquista Weste, de 48 anos, à Justiça do Trabalho. Surdo, casado com uma mulher com a mesma deficiência e pai de quatro filhos, todos ouvintes, ele foi recebido no Setor de Atermação Verbal, porta de acesso ao Judiciário para muitos trabalhadores sem condições financeiras de contratar um advogado.
Mesmo diante das barreiras impostas pela deficiência auditiva e de fala, Weste nunca deixou de buscar conexão com aqueles ao seu redor, incluindo aqueles que desconhecem a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Seu rosto, iluminado por um sorriso de gratidão, revelava a alegria de encontrar no Tribunal Regional do Trabalho de Goiás não apenas um meio para reivindicar seus direitos trabalhistas, mas também um apoio crucial para se comunicar. O atendimento inicial a Weste contou com a valiosa ajuda de um intérprete de Libras, um servidor do Tribunal capacitado para esse tipo de atendimento.
A história de Weste reflete a realidade que muitas pessoas com deficiência vivem no dia a dia ou na busca por trabalho e inclusão na sociedade. Frequentemente, se deparam com a discriminação e com o julgamento daqueles que veem essas pessoas como incapazes de trabalhar como alguém “normal” em razão daquilo que os torna diferentes.Contratado como estoquista por uma autopeças, na condição de pessoa com deficiência, Weste alegou que era submetido constantemente a situações de assédio moral por parte do gerente e do supervisor da empresa. Além das repreensões sofridas, de forma injusta e humilhante, o trabalhador narrou que era colocado num canto, enquanto via todos os demais empregados trabalharem, e ficava sem receber novas tarefas. Isso vinha causando nele profundo desconforto e sentimento de incapacidade.
Weste buscou, então, ajuda em um sindicato profissional e no Ministério Público, que o orientaram a procurar a Justiça Trabalhista em Goiânia. Aqui, recebeu assistência jurídica prestada por alunos e por uma advogada e professora do curso de Direito de uma das faculdades conveniadas com o TRT-GO.
A ação foi protocolada e ganhou tramitação prioritária por tratar-se de um caso de pessoa com deficiência e assédio moral. Vinte e seis dias depois, Weste voltou ao Tribunal para a audiência inicial, com tentativa de conciliação. Novamente, o intérprete de Libras foi chamado para auxiliar na comunicação entre o trabalhador e os demais envolvidos na audiência. Ao final, um acordo foi selado. A empresa se comprometeu a fazer a dispensa de Weste sem justa causa e a pagar o valor estabelecido na negociação. O trabalhador disse ter ficado satisfeito com o atendimento e com a Justiça do Trabalho goiana.
Agora, pretende buscar novas oportunidades no mercado de trabalho para sustentar a si e a família, já que a esposa também está desempregada, cuidando do filho mais novo, um bebê. Weste espera ter a chance de trabalhar com transporte rodoviário, setor do qual disse gostar e para o qual tem, inclusive, CNH na categoria D, que permite dirigir ônibus, micro-ônibus e vans.
Depois dessa experiência, Weste segue a passos firmes, confiante no futuro, e com a certeza de que a Justiça do Trabalho estará sempre de portas abertas para acolher todos que a procuram e restabelecer o direito e a dignidade nas relações de trabalho.
A atermação, ou ação trabalhista verbal, é um serviço gratuito oferecido pela Justiça do Trabalho, realizado por um servidor especializado, que escuta a demanda da pessoa e a transforma em um documento escrito que dá início a um processo trabalhista, sem necessidade de um advogado.
O servidor da Justiça também oferece orientação, de forma imparcial, sobre os direitos trabalhistas, ajudando a pessoa atendida a entender seus direitos e opções para buscar garantir seus direitos.
Por meio de parcerias com sindicatos, faculdades conveniadas e profissionais voluntários, é possível ao trabalhador obter assistência jurídica gratuita, garantindo o acesso à justiça para todos.
A Justiça do Trabalho dá prioridade a casos envolvendo pessoas com deficiência, reconhecendo suas necessidades específicas e buscando garantir uma experiência justa e inclusiva.
Em algumas situações, em que a discussão sobre o direito trabalhista é complexa, a assistência técnica especializada de um advogado pode ser essencial para garantir uma defesa eficaz dos direitos do trabalhador, já que ingressar com uma ação na justiça do trabalho sem assistência de advogado tem algumas limitações.
“Portas da Justiça” é uma série de reportagens sobre casos reais de acesso aos serviços da Justiça com um enfoque humanizado, que valoriza a experiência pessoal de quem buscou atendimento. Com ilustrações originais, o projeto aproxima a instituição da sociedade e amplia o conhecimento sobre as diversas portas de entrada à Justiça do Trabalho em Goiás.
Coordenação: Lídia Barros Nercessian
Gerente do Projeto: Lívia de Freitas do Lago e Abreu
Reportagens: Fabíola Mendes Vilela / Lídia Barros Nercessian / Lídia Cristina Neves Cunha / Wendel Franco de Sá Guimarães
Ilustrações: Gustavo Marques da Conceição
Artes Gráficas: Carla Cristina Carvalho / Érika Leite Cardozo / João Carlos Leal
WebDesign: Jaqueline dos Santos Martins Rodrigues
Aprovação: Geraldo Rodrigues do Nascimento