


“Pela primeira vez, uma instituição educacional recebeu o projeto Café Seguro”, disse o coordenador do programa Trabalho Seguro, desembargador Welington Peixoto, ao abrir o evento realizado no Teatro da PUC-GO na segunda-feira. Ele explicou que a iniciativa partiu da própria universidade, pela coordenadora de Recursos Humanos, Graciele Teles, ao propor a parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO). A proposta era consolidar o programa de enfrentamento do assédio inaugurado pela universidade em abril de 2023.
O desembargador apresentou o projeto, destacou a qualidade dos colaboradores da instituição de ensino e falou do sentimento de gratidão pela oportunidade de levar ao meio acadêmico o cuidado com os trabalhadores que ali atuam. Wellington Peixoto disse ainda que um ambiente de trabalho seguro vai além do fornecimento dos equipamentos de proteção individual para chegar ao ambiente que zela pelo respeito e coíbe práticas de assédio e discriminação.
O procurador do Trabalho Tiago Ranieri, que representou o Ministério Público do Trabalho em Goiás, disse que o programa Trabalho Seguro é uma via de diálogo social para viabilizar o conhecimento sobre como prevenir os casos de assédio, bem como reduzir os casos existentes que chegam ao conhecimento do MPT-GO por meio de denúncias. Ranieri mencionou que o MPT recebeu muitos processos relacionados ao assédio no período pós-pandemia, sendo verificados muitos casos de assédio moral, assédio organizacional e discriminações de um modo geral.
A juíza do trabalho Wanessa Rodrigues falou sobre as modalidades de assédio e discriminação no local de trabalho. Ela explicou que a discriminação é a conduta injusta e desqualificante pela qual se nega à pessoa um tratamento compatível com o padrão jurídico adequado para a situação concreta por ela vivenciada. Wanessa Rodrigues citou o assédio moral e sexual e as formas como ocorrem no ambiente do trabalho. A juíza explicou que são ações ou omissões, abusivas e intencionais, praticadas por meio de palavras, gestos e atitudes, de forma reiterada e prolongada, para atingir a dignidade, a integridade física e mental, além de outros direitos fundamentais do trabalhador, comprometendo o exercício do labor e, até mesmo, a convivência social e familiar.
A juíza especificou que o assédio sexual ocorre quando há uma conduta de natureza sexual que, mesmo rejeitada pela vítima (destinatário), é continuadamente reiterada, prejudicando a liberdade sexual, a personalidade e os direitos de livre disposição do corpo e escolha dos parceiros. Wanessa Rodrigues também explicou as modalidades de assédio sexual, por chantagem ou por intimidação ou ambiental.
Em seguida, Marina Cançado, psicóloga do TRT-18, falou sobre gerenciamento de riscos psicossociais para a saúde mental no ambiente do trabalho e como esse gerenciamento reflete na campanha Setembro Amarelo. Além da diversidade do local de trabalho, a psicóloga reforçou a necessidade de divulgar a cultura da paz para trazer conforto para o dia a dia dos trabalhadores.
Marina explicou ainda as microagressões que podem ocorrer no meio ambiente do trabalho, como formas sutis de discriminação ou condutas violentas, citando o racismo recreativo, elogios exagerados, cinismo, comentários jocosos. Segundo ela, os trabalhadores devem ter ética, empatia e buscar soluções coletivas para tornar o meio ambiente mais saudável.
Atento aos temas abordados, o funcionário do RH da PUC-GO Flávio Perez disse que o evento trouxe a oportunidade de reflexão social sobre discriminação e assédio, possibilitando encontrar soluções para os temas. Já a encarregada de limpeza da PUC-GO Poliana Vaz demonstrou interesse pelos pontos abordados, principalmente sobre a necessidade de respeitar o próximo.
Ao final, a professora Graciele Teles aproveitou para distribuir a cartilha elaborada pelo Departamento de Recursos Humanos (DRH) em conjunto com a Prodin (pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional), fruto do programa de prevenção e enfrentamento ao assédio moral e sexual lançado pela instituição em abril deste ano. Para ela, o evento consolidou o programa da PUC-GO, que é muito atuante, e o lançamento da cartilha da instituição sobre assédio. “Espero que possamos aprimorar e trabalhar ainda mais para melhorar o que já temos implantado aqui na PUC Goiás”, registrou.
Confira a íntegra da cartilha.
Veja o albúm com fotos do evento.
CG/JA/WF
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