19/06/2023 – Atualizada com o álbum de fotos do segundo dia do 73º Conematra
Ao fazer a palestra de abertura da 73ª reunião do Conselho Nacional das Escolas de Magistratura do Trabalho (Conematra), sediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região, a ministra do STF Cármen Lúcia destacou que o trabalho mudou a feição do Direito Constitucional e passou a ser enaltecido no constitucionalismo contemporâneo, com a valorização do constitucionalismo social, especialmente após a promulgação da Constituição Federal de 1988.
A ministra confrontou o hiperliberalismo, extremamente perverso, que cria o desemprego com o trabalho como forma de “igualação”, na garantia de existência digna ao ser humano. “Nós nos dotamos de humanidade com o trabalho que realizamos e para que tenhamos condições de ser mais fraternos”, afirmou Cármen Lúcia ao falar da automação. Para ela, o trabalho não vai acabar, mas é preciso garantir senso crítico e domínio sobre as novas tecnologias. “Não há tela que substitua o olho humano”, ressaltou.
A ministra reafirmou seu apreço pelo Direito do Trabalho e o papel do Direito para se garantir uma sociedade verdadeiramente democrática. “O trabalho é núcleo fundamental do Direito brasileiro resguardado no artigo 5º da Constituição Federal”.
Também comentou a exploração da força de trabalho. “Trabalho é valor e escravidão é crime, duas coisas impossíveis de estarem juntas”, salientou. Por fim, ressaltou que a ausência de trabalho deixa as pessoas envergonhadas, fragilizadas e que é papel do Direito, da economia e da política tirar as pessoas da condição de vulnerabilidade social. “O constitucionalismo social está comprometido com a dignidade humana, princípio basilar do constitucionalismo contemporâneo”, afirmou.
O presidente do Conematra, desembargador Leonardo Pacheco, do TRT-1, deu as boas-vindas aos participantes e ressaltou a importância do evento no aprimoramento da atuação das escolas judiciais. “É uma honra participar de um evento com tanta gente capacitada e é uma grande expectativa realizar o Conematra no Brasil central como presidente pela primeira vez”, assinalou.
Os desembargadores Platon Teixeira Filho, diretor da Ejud 18, e Geraldo Nascimento, presidente do TRT-18 e anfitrião do evento, também cumprimentaram os presentes e reforçaram o papel das escolas judiciais no aperfeiçoamento do conhecimento jurídico dos servidores e magistrados da Justiça Trabalhista.
Após a palestra de Cármen Lúcia, o evento do Conematra seguiu com apresentações culturais do Grupo de Catira da Associação dos Catireiros, Violeiros e Foliões de Aparecida de Goiânia e do cantor Thiago Nandes. Na ocasião, foi realizada também a abertura da exposição coletiva “Singularidade Lírica” com obras de artistas da Associação Goiana de Artes Visuais (AGAV). A visitação é gratuita e pode ser feita até 30/6, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, no 1º andar do Fórum Trabalhista de Goiânia.
A 73ª reunião do Conematra reúne até esta sexta-feira (16/6) diretores, coordenadores acadêmicos, secretários executivos das escolas judiciais dos Tribunais Regionais do Trabalho e TST numa extensa programação que inclui oficinas e discussões sobre educação, inovação e boas práticas. Confira a programação do evento.
O Conematra é uma entidade de âmbito nacional, constituída por Escolas Trabalhistas Judiciais e Associativas, que tem o objetivo de promover estudos e intercâmbio de experiências visando a seleção e o aperfeiçoamento de magistrados e servidores. O 73º Conematra tem como tema “Inovação e planejamento nas Escolas Judiciais”.
Confira a galeria de fotos da abertura do 73º Conematra.
Confira o álbum de fotos do segundo dia do 73º Conematra.
FV/WF
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