


O uso indiscriminado de pesticidas tem gerado consequências graves para quem atua no campo. Nesta terça-feira (3), dia mundial que marca o combate ao uso abusivo de agrotóxicos, a Justiça do Trabalho, por meio do Programa Trabalho Seguro, faz um alerta para os impactos da exposição a esses produtos na saúde de trabalhadoras e trabalhadores rurais.
O tema é tratado na campanha “Saúde é a melhor colheita”, que visa conscientizar a sociedade e os profissionais que atuam no campo sobre os riscos à saúde no manuseio incorreto de agrotóxicos. A ação tem como público-alvo trabalhadores e trabalhadoras rurais e suas famílias, produtores agrícolas, comunidades rurais expostas aos agrotóxicos e sindicatos e associações de classe do setor (confira as peças da campanha)
O número de pessoas trabalhando no agronegócio brasileiro bateu novo recorde em 2023: 28,34 milhões. O setor representa 26,8% do total de ocupações do país. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Quando o assunto é saúde, os problemas mais frequentes identificados em pessoas que trabalham diretamente na aplicação de agrotóxicos são envenenamento, câncer, neurotoxicidade, desregulação endócrina, distúrbios reprodutivos, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares e imunossupressão.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 300 mil mortes são registradas anualmente no mundo devido ao envenenamento por pesticidas. O Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho destaca que o uso de equipamentos de proteção, a implementação de práticas mais seguras e o aumento da fiscalização são medidas necessárias e urgentes para a proteção e a garantia dos direitos trabalhistas.
Trabalhadores e trabalhadoras rurais e suas famílias devem ficar atentos à contaminação pela boca, pela pele ou pela respiração (atingindo os pulmões). O contato direto ocorre durante o preparo, a aplicação ou qualquer tipo de manuseio do produto. Já o indireto se dá pela contaminação da água e dos alimentos ingeridos. As intoxicações podem ser agudas (imediatas) ou crônicas (com manifestação ao longo do tempo).
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as intoxicações podem causar reações variadas, dependendo da forma de contaminação. Pelo contato com a pele, podem ocorrer irritação, desidratação e alergias. Pela respiração, os sintomas incluem ardência no nariz e na boca, tosse, corrimento nasal, dor no peito e dificuldade para respirar. Pela ingestão, há irritação na boca e na garganta, dor de estômago, náuseas, vômitos e diarreia. A exposição prolongada pode levar a efeitos gerais como dor de cabeça, fraqueza, câimbras, tremores, irritabilidade e dificuldades cognitivas, além de problemas como aborto, impotência e depressão.
Quem identificar sintomas de intoxicação deve procurar atendimento no Programa de Saúde da Família, em postos de saúde, hospitais locais ou Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, além de consultar agentes comunitários de saúde. Também é possível esclarecer dúvidas pelo Disque Intoxicação (0800-722-6001), serviço gratuito que oferece orientação tanto para usuários quanto para profissionais de saúde.
Fonte: Secom CSJT
Ficou em dúvida quanto ao significado de algum termo jurídico usado nessa matéria?
Consulte o dicionário jurídico.
Esta matéria tem cunho meramente informativo, sem caráter oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.
Coordenadoria de Comunicação Social
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região
comunicacao@trt18.jus.br