


As repercussões da pandemia de covid-19 na Justiça do Trabalho de Goiás agora estão registradas em um videodocumentário disponível para toda a sociedade. O material sobre esse período perturbador não só para o Tribunal, mas para toda a humanidade integra o acervo do Centro de Memória Juiz Paulo Fleury da Silva e Souza, localizado do TRT-18. A unidade foi a responsável pela produção do filme de 57 minutos de duração, que foi exibido nesta sexta-feira, 12/4, durante seu lançamento no Auditório dos Goyazes.
Entre os presentes na solenidade de lançamento estavam familiares de magistrados, servidores e advogados que perderam suas vidas para o vírus causador da covid-19. Havia também na plateia do auditório pessoas que precisaram ser hospitalizadas, em razão do agravamento da covid, mas que sobreviveram ao letal coronavírus.
Após rememorar fatos marcantes da pandemia, o presidente do TRT-18, desembargador Geraldo Nascimento, citou as medidas tomadas pelo Tribunal para preservar vidas, entre elas o distanciamento social e o trabalho remoto, que se tornaram a solução para manter os serviços da Justiça do Trabalho em funcionamento. Ele mencionou também a adaptação da tecnologia como fundamental e necessária para não comprometer o rito processual em si nem a saúde de todos os operadores do direito.
Por fim, Geraldo Nascimento parabenizou os desembargadores Paulo Pimenta e Daniel Viana Júnior, que presidiram o Tribunal com maestria durante os anos da pandemia. Para o atual presidente, os dois antecessores tomaram decisões acertadas para manter o Tribunal em funcionamento e, ao mesmo tempo, preservar a vida de magistrados, servidores, terceirizados, estagiários, advogados e partes.
O desembargador Elvecio Moura, coordenador do Comitê de Documentação e Memória, ressaltou que o impacto da pandemia jamais será esquecido. “É por isso que não poderíamos deixar de registrar os desafios enfrentados e as decisões tomadas pelas administrações que atravessaram essa triste quadra vivenciada pela humanidade”.
Elvecio expressou gratidão a todas as 25 pessoas entrevistadas para a realização do videodocumentário. “Obrigado a todos pelo comprometimento e contribuição valiosa para este projeto. Seus depoimentos foram fundamentais para a construção desse registro histórico ímpar”, agradeceu. Ele também parabenizou a servidora Ariony Castro, chefe da Seção de Gestão da Memória, pela ideia por ela proposta e que o desembargador abraçou. “Este vídeo tem nome e sobrenome: Ariony Castro”, frisou.
O desembargador disse que os esforços e contribuições daqueles que nos deixaram durante esse período jamais serão esquecidos neste Tribunal. “Esse videodocumentário é uma forma de o TRT-18 prestar-lhe justa homenagem. Que seus legados continuem a nos inspirar enquanto seguimos em frente”, enfatizou.
Desembargador Elvecio, com a juíza Fabíola Evangelista e a servidora Ariony Castro
A juíza Fabíola Martins, vice-coordenadora do Comitê de Documentação e Memória, ressaltou que o TRT-18 não pôde externar, no momento próprio, o pesar e o reconhecimento às pessoas que fizeram parte de sua história, pois todos estavam enfrentando um mal invisível. “Então hoje, por meio do videodocumentário e desta cerimônia, nós queremos externar todo o nosso reconhecimento, o nosso afeto à memória daqueles que se foram: advogados, servidores e juízes. Vocês estarão sempre na nossa memória!”, frisou.
Em seguida, ela chamou os familiares para subirem ao palco e receberem flores e uma cópia do livro “Quando o home vira office”. A obra traz relatos de servidores e magistrados sobre suas vivências no trabalho em casa durante o isolamento imposto pela pandemia.
Ao falar das medidas drásticas que precisaram ser tomadas para enfrentar a pandemia no TRT-18, o desembargador Paulo Pimenta destacou no vídeo que, felizmente, não houve nenhum caso de óbito em que a pessoa tivesse sido infectada no Tribunal.
Já o desembargador Daniel Viana Júnior lembrou a criação do Protocolo de Retomada dos serviços presenciais, do surgimento da variante ômicron, que forçou a adoção de novas medidas rigorosas de isolamento, e as destinações que a Justiça do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho fizeram em prol de entidades de saúde e filantrópicas que atuavam no enfrentamento da pandemia. Ele citou, por exemplo, a destinação de valores de multas provenientes de ações civis públicas para a construção de uma usina de oxigênio em Goiás.
Frederico Hummel esteve na solenidade representando a família do desembargador classista aposentado Norton Hummel, que faleceu em decorrência de complicações da covid-19. Frederico e a esposa Flávia Hummel disseram se sentir agraciados com a homenagem e com o carinho do Tribunal em memória ao pai, que teve um importante papel na história do TRT-18.
O juiz Celismar Coelho, que passou 23 dias internado, sendo 11 dias intubado na UTI, disse que da experiência com a covid ficou a gratidão pela vida, pela misericórdia divina e pelas pessoas que por ele intercederam. “Eu descobri que era muito mais amado do que eu merecia”, afirmou. Por outro lado, comentou que a sua responsabilidade aumentou. “Como se me dissessem que o serviço não está completo. Vai lá e faz o resto…”.
Sobre o videodocumentário, o magistrado disse que a narrativa, especialmente dos gestores, trouxe conhecimento que ele não tinha de como o tribunal se preocupou com os seus integrantes. “O documentário é riquíssimo e nos lembra de como pudemos enfrentar tantos desafios pessoalmente e no trabalho”, concluiu.
Maria Conceição de Castro, mãe da servidora Alessandra Morais, que faleceu em 2021, e a irmã dela, Geovana Morais, vieram para o lançamento do vídeo. Muito emocionadas, elas agradeceram por relembrar a casa onde Alessandra trabalhou e de que tanto gostava. “Foi bom sentir novamente o que a gente passou junto, rever os colegas dela e o TRT que ela amava demais”, disse Maria.
“A partir do momento que eu entrei aqui no TRT eu já senti a presença dela com a gente, foi uma emoção muito grande”, disse Geovana. Ela agradeceu a homenagem feita e parabenizou o tribunal pelo vídeo. “A gente percebe que graças a Deus muitas pessoas sobreviveram, mas algumas foram embora como a Alessandra, que era uma pessoa saudável, desportista e foi feliz na vida que levou”.
O videodocumentário será disponibilizado na página do Centro de Memória do TRT-18 e já pode ser assistido no Canal TRT Goiás no Youtube, clicando na imagem abaixo.
Veja também a galeria de fotos do evento.
WF/FV
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