Assembleia do transporte coletivo decidirá novos rumos da categoria

Trabalhadores decidem realizar assembleia para discutir propostas de melhoria

Vice-presidente do TRT-GO, desembargador Aldon Taglialegna, conduziu a segunda audiência para tentativa de conciliação no dissídio coletivo de greve auxiliado pela procuradora-chefe da PRT-GO, Janilda Lima

 A segunda audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho de Goiás na tarde desta quarta-feira, 21/5, no auditório do Fórum Trabalhista de Goiânia, ainda não resultou em acordo para os motoristas do transporte coletivo da região metropolitana de Goiânia. As partes concordaram em convocar assembleia da categoria para o dia 1º de junho, às 8h30 da manhã, no auditório do Sindittransporte, situado na Rua T-36, nº 2601, no setor Bueno. O Sindittransporte, que é o representante legal dos trabalhadores, se comprometeu a convocá-los por meio de edital, garantida na assembleia a participação do Sindicoletivo – Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Goiânia e Região Metropolitana.

O Setransp – Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Goiânia, e os sindicatos envolvidos também acordaram que serão mantidos os serviços de transporte à população até a realização da assembleia em respeito à liminar deferida pela presidente do TRT,  Elza Silveira, que considerou a greve abusiva. O Setransp se comprometeu também a não aplicar qualquer tipo de punição aos trabalhadores envolvidos no movimento reivindicatório.

A audiência foi realizada no processo de dissídio coletivo de greve que foi ajuizado pelo Setransp em face do Sindicoletivo após a paralisação dos serviços no transporte coletivo na semana passada na Grande Goiânia.

Pauta da assembleia

A pauta da assembleia, que será conduzida pelo Sindittransporte com a mediação do Ministério Público do Trabalho, será a ratificação ou não do acordo já feito entre o Sindittransporte e o Setransp. O acordo, chamado de aditivo da Convenção Coletiva, foi objeto de contestação pelos trabalhadores, que alegaram não terem sido ouvidos. Caso não haja ratificação do acordo, que propõe reajuste de 8,74% para a categoria, a assembleia reabrirá as negociações ouvindo as reivindicações dos motoristas.

Vice-presidente do Setransp, Décio Caetano, disse que as empresas estão dispostas a ouvir uma contraproposta

  O vice-presidente do TRT, desembargador Aldon Taglialegna, que conduziu a audiência no Tribunal, também designou o servidor José Ludovico de Almeida Júnior, secretário do Centro de Solução de Conflitos e Cidadania do TRT-GO, para auxiliar na negociação durante a assembleia da categoria. O desembargador determinou, ainda, nova audiência no dissídio coletivo de greve para o dia 4 de junho, às 14 horas, no auditório do Tribunal Pleno, ocasião em que receberá a proposta conciliação que eventualmente for firmada na assembleia. Caso não haja possibilidade de negociação, o processo de dissídio seguirá o trâmite normal e caberá à Justiça do Trabalho decidir o caso.

Os advogados José Geraldo Santana, do Sindittransporte, e Nabson Santana, do Sindicoletivo durante manifestação na audiência hoje

O advogado Nabson Santana, que representa o Sindicoletivo, disse que a maior vontade da categoria era ser ouvida e prometeu mobilizar os motoristas para a assembleia do dia 1º de junho. O Sindittransporte também se comprometeu a convocar os motoristas por meio de edital e a conduzir a assembleia de forma pacífica.

O vice-presidente do Setransp, Décio Caetano, por sua vez, ressaltou a responsabilidade de todos, empresas e trabalhadores, para com a população da região metropolitana de Goiânia. Em entrevista à imprensa ele disse que o Setransp está disposto a ouvir uma contraproposta da categoria. Já a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho em Goiás, Janilda Lima, afirmou que o objetivo do MPT é conciliar para evitar uma greve. “A greve não vai acontecer se os trabalhadores forem ouvidos”, concluiu.

DCG 0010183-19.2014.5.18.000