Constelação familiar no judiciário: sempre existe possibilidade de reconciliação …

Glossário Jurídico

Constelação familiar pode ser uma alternativa para a busca da paz social no Judiciário Trabalhista

Era uma tarde de sexta-feira, mas as dezenas de compromissos profissionais e pessoais não impediram que vários juízes, advogados e servidores lotassem uma pequena sala no Fórum Trabalhista de Goiânia para conhecer um pouco mais sobre a Teoria das Leis Sistêmicas, conhecida como Constelação Familiar. Diante dessa plateia atenta e interessada, a juíza Wanda Lúcia Ramos, titular da 16ª Vara do Trabalho de Goiânia, inicia a sua exposição. A ideia é que essa técnica terapêutica comece a ser usada na Justiça do Trabalho goiana para facilitar acordos e propagar a cultura de paz.

Momento de reconciliação no processo

A juíza Wanda Lúcia afirma que é importante mostrar para as partes que existe a possibilidade de reconciliação, principalmente consigo mesmo, já que o acordo surge de dentro das pessoas. “É preciso ressignificar o contexto da demanda e, às vezes, pensamos que a saída é muito complexa, mas, na verdade, é simples”, ressaltou a magistrada. Ela conta que o seu primeiro contato com a técnica se deu em 2002 e de lá pra cá se aprofundou no estudo das leis sistêmicas da ordem, do pertencimento e do equilíbrio.

Juíza Wanda Lúcia, pioneira na utilização da técnica no TRT-18

“No Judiciário, lidamos com questões que dizem respeito aos conflitos e como podemos resolvê-los”, explica a magistrada. Ela ressalta que, embora o número de processos tenha caído após a reforma, o número de conflitos continua existindo e o que a terapia da constelação faz é tratar o conflito e não o processo. “A questão é desenvolvermos um olhar sistêmico mais apurado, buscar o que querem realmente as pessoas, o que quer o juiz”, observa.

Na Constelação Familiar, assim como no Judiciário, temos a chance de acessar o outro e de conhecer e interagir com o outro, explica a juíza. Wanda Lúcia atuou como moderadora na análise do caso concreto trazido pela advogada Adriana Garcia. Durante a sessão, pessoas da própria plateia foram convidadas a representarem as partes envolvidas no processo. “No momento em que elas entram no ‘campo’ se encontram para além do certo e do errado e muitas coisas podem surgir, a intervenção é mínima e o efeito é máximo para aquele sistema”, explica Wanda Lúcia.

A advogada Adriana Garcia leva um conflito trabalhista para a constelação

Adriana chegou preocupada porque não conseguia ajudar o cliente a resolver a situação. O acordo feito anteriormente foi descumprido e bastou a representação das partes do processo para que a questão que estava por trás do processo judicial aparecesse. O advogado Sérgio Nascimento, escolhido para representar o reclamante, disse que nunca havia tido contato com a técnica e pretende estudar a Constelação Familiar para tentar usar com os seus clientes dentro do escritório. “Foi impactante para mim esse primeiro contato e acredito que a constelação é boa para a Justiça, para as partes e para os advogados porque encontramos alternativas para a solução do conflito. A sensação é que encontramos a paz ao trabalharmos a empatia”.

A advogada Adriana Garcia conta que embora tenha tido contato com a terapia anteriormente, esta foi a primeira vez que levou um conflito judicial para o “campo”. “Eu consegui enxergar ali a minha questão de posicionamento no caso, e foi importante até pra entender melhor porque meu cliente estava tão resistente”, avalia.

Constelação Familiar

A Constelação Familiar, também chamada de Constelação Sistêmica é uma nova abordagem da Psicoterapia Sistêmica Fenomenológica criada e desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger após anos de pesquisas com famílias, empresas e organizações em várias partes do mundo, buscando o diagnóstico e solução de problemas e conflitos.
O resultado desses experimentos se transformou em um trabalho simples, direto e profundo que se baseia em um conjunto de “leis” naturais que regem o equilíbrio dos sistemas que o próprio Bert gosta de chamar de “Ordens do Amor”.

Fabíola Villela 
Setor de Imprensa/CCS

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