Café Seguro: um diálogo social sobre a importância da prevenção aos acidentes do trabalho

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O Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT18) iniciou, hoje (11/06), o programa Café Seguro. Esta iniciativa tem por objetivo o diálogo com a sociedade acerca da importância da prevenção de acidentes no ambiente do trabalho. A ação é elaborada e promovida pelo Comitê Regional do Programa Trabalho Seguro, coordenado pelo desembargador Welington Peixoto e pelas juízas do trabalho Wanda Ramos e Mânia de Pina. A primeira edição do Café Seguro ocorreu no canteiro de obras do TRT18 e teve um bate-papo com o engenheiro civil e de segurança do Trabalho, Luiz Eurípedes Rosa.

Ao abrir o evento, o desembargador Welington Peixoto ressaltou a necessidade do diálogo da Justiça com os trabalhadores da construção civil sobre a importância da prevenção de acidentes no meio-ambiente do trabalho. Ele destacou o elevado índice de acidentes que ocorrem em decorrência da falta do uso dos equipamentos de segurança, da exaustão e do descuido. O desembargador trouxe as estatísticas do Ministério do Trabalho e Previdência Social que colocam o Brasil no 4º lugar do ranking, ficando atrás apenas da China, da Índia e Indonésia.

“Meu suor ajudou a construir esta Casa da Justiça”

A juíza Wanda Ramos recebeu a palavra do desembargador Welington para uma fala improvisada. Ela agradeceu a presença dos trabalhadores no encontro e perguntou a um dos trabalhadores o que ele fazia na obra. Tímido, ele respondeu que trabalhava como servente de pedreiro, colocando tijolos e preparando massas. Em seguida, ela perguntou de qual país ele era. “Haiti”, respondeu o obreiro. “Isso me comove”, afirmou a magistrada, perguntando em seguida o nome do trabalhador. “Louis Paul”, disse ele.

“Louis Paul veio do Haiti para colocar tijolo na obra do tribunal, a forma como ele estava concentrado na fala do desembargador Welington me chamou a atenção”, disse a juíza do trabalho. Em seguida, Wanda Ramos declarou para Louis Paul e a todos os trabalhadores da obra que eles fazem mais que colocar tijolos. “Vocês fazem mais que isso, vocês constroem a Casa da Justiça. Vocês constroem o local em que a Justiça é distribuída. O dia em que vocês passarem neste prédio digam: ‘meu suor ajudou a construir este local onde a Justiça é distribuída’. Muito obrigada por vocês fazerem isso, nós nos sentimos honrados. Muito obrigada Louis Paul por você ter vindo do Haiti para ajudar a construir a Casa da Justiça, nosso país fica feliz em tê-lo conosco”.

“Vim para fazer perguntas, mais do que dar respostas”

O engenheiro do trabalho Luiz Rosa iniciou sua palestra ressaltando que faria muitas perguntas e que precisava aprender algumas coisas com os trabalhadores. Luiz Rosa trouxe o exemplo de três acidentes conhecidos, o acidente com Ayrton Senna, o acidente com o time do Chapecó e um acidente recente em Goiás em que um trabalhador morreu dentro da caixa d’água e outro que teve politraumatismo. “Não foi fatalidade, o que poderia ter sido feito para evitar essas mortes?”, questionou o engenheiro.

Sobre o acidente com Senna, os trabalhadores falaram que o carro bateu num muro de concreto e que a engenharia atualmente determinou colocar uma caixa de brita e uma barreira de pneus. Já sobre o acidente do time gaúcho, foi a falta de cuidado, pois o tanque de combustível não foi cheio da forma que deveria ter sido.

Em relação ao recente acidente em Goiás, o engenheiro e os trabalhadores salientaram que a caixa d’água era um espaço confinado – onde qualquer produto tóxico pode gerar um problema respiratório, e a altura pode produzir um acidente grave. “O não cumprimento de normas de prevenção de acidentes, mata alguém”, afirmou o engenheiro.

Luiz Rosa prosseguiu falando da importância da CIPA. “Os cipeiros são os olhos da segurança no meio das pessoas. São as pessoas que estão trabalhando e cuidando da segurança dos demais trabalhadores. É preciso valorizar a CIPA”, considerou Luiz Rosa. Ele ainda questionou os trabalhadores não cipeiros se eles colaboram com os atos de prevenção de acidentes de trabalho e salientou a necessidade de colaboração e cooperação, pois a vida de um é a vida de todos.

Luiz Rosa finalizou sua palestra afirmando que é preciso lembrar dos valores éticos que pautam a sociedade e que a Justiça deve ser buscada por todos que se sentirem injustiçados. Após o encerramento, os trabalhadores confraternizaram com um lanche oferecido pela Asjustego.

Cristina Carneiro
Setor de Imprensa – CCS

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