Magistrados do TRT de Goiás fazem treinamento em conciliação pelo projeto Negociação de Harvard

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Cerca de 30 magistrados do TRT de Goiás iniciaram na manhã de quarta-feira, 16/10, um treinamento de 40 horas direcionado para negociações em audiências trabalhistas. Conhecido como Método de Negociação Harvard, o curso tem o objetivo de capacitar os juízes participantes para o uso de técnicas avançadas de negociação, conversação e persuasão, ferramentas consideradas essenciais na condução de audiências. O curso é formado por cinco encontros, de 16 a 18 de outubro e nos dias 27 e 28 de novembro.

Pablo Laurino Urrutia

O Método de Negociação foi desenvolvido há mais de 30 anos por dois professores da Universidade de Harvard, Roger Fisher e William Ury. As técnicas do método estão apoiadas em quatro elementos básicos: Manter o foco no problema e não nas pessoas; satisfazer os interesses das pessoas e não suas posições; contar com várias opções para que todos possam ser beneficiados e ter critérios objetivos para realizar a negociação. O treinamento dos magistrados envolve tanto matérias teóricas como exercícios práticos de negociação.

O facilitador, Pablo Laurino Urrutia, é consultor sênior da CMI International Group, contador público graduado na Universidade da República Oriental do Uruguai e com MBA em Administração de Empresas na Universidade ORT, onde atua como docente em nível de pós-graduação. Ele explicou que o grande diferencial da metodologia Harvard é compartilhar um processo que faz com que as pessoas consigam se relacionar de um jeito muito mais requintado, elegante e proveitoso para ambas as partes. Segundo ele, o método surgiu a partir de pesquisas sobre o que fazem grandes negociadores no mundo inteiro, o que foi se transformado depois em um sistema para tornar todo o processo mais simples. Ele destacou que uma negociação é bem-sucedida quando as duas partes ficam satisfeitas com o resultado.

O coordenador pedagógico da Escola Judicial, juiz Platon Neto, explicou que a ideia da Escola Judicial foi trazer aos magistrados do TRT-18 um curso altamente gabaritado, com um profissional de renome e técnicas avançadas de negociação com a chancela de Harvard. “A ideia foi proporcionar aos juízes uma melhora no processo de negociação com vistas a resultados melhores em termos de estatísticas e oferecendo para a sociedade condições melhores de conciliação, porque o objetivo maior e final é a pacificação de conflitos”, comentou.

A juíza substituta da Vara do Trabalho de Goiás, Andressa Kaliny, afirmou que tem grandes expectativas com o curso, por entender a importância da negociação nos processos de conciliação. A Vara em que a magistrada atua conseguiu no ano passado o percentual recorde de 81% de conciliação em todos os processos que tramitam na unidade. Segundo ela, quando o processo vai para o juiz sentenciar, isso traz a ideia de imposição de uma decisão em que necessariamente alguém vai perder para alguém ganhar em alguns aspectos da sentença. Já a conciliação, segundo ela, é aquele momento em que as partes, a partir de um diálogo construtivo, conseguem estabelecer consensos. “A possibilidade de conciliação é muito maior quando nós conseguimos atingir o coração das pessoas”, concluiu.

Conteúdo do curso
No conteúdo programático do curso, estão previstas disciplinas como Teoria e Ferramentas do Projeto de Negociação da Universidade de Harvard e Aportes da psicologia moderna, das novas ciências do comportamento e dos novos modelos de comunicação humana. Além disso, as oficinas vão promover a importância do pensamento sistêmico no negociador.

O treinamento se alinha à Resolução nº 18/2015, da ENAMAT, no subeixo jurisdicional trabalhista que define a necessidade de o magistrado desenvolver a competência de solucionar com ética e eficiência conflitos individuais e coletivos por conciliação. O estímulo à conciliação na Justiça do Trabalho tende a reduzir a judicialização excessiva dos conflitos individuais e coletivos e a efetivar a pacificação social, solução e prevenção de litígios.

Lídia Neves/Setor de Imprensa

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