Luis Rasquilha fala sobre a velocidade da transformação digital e a importância da inovação no 1º Seminário Temático promovido pela EJ

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Qual o papel que queremos ter no contexto da transformação que estamos vivendo, na era da convergência e da conectividade? De espectador ou protagonista? Essa foi a reflexão posta pelo professor de estratégia, tendências e inovação da Inova Business School, Luis Rasquilha, durante a palestra de abertura do 1º Seminário Temático sobre Direito, inovação e transformação digital, promovido pela Escola Judicial do TRT 18 nesta quinta e sexta-feiras.

Para Rasquilha, o português que decidiu morar no Brasil, a sociedade vive um momento de transformação único. Se tudo estava pulverizado, agora temos todas as tecnologias na palma da mão. Ele cita coisas que não existiam há 15 anos como o smartphone, Netflix, Google Chrome, Facebook, Google Maps, AirBnB, Uber, Spotify, entre outros. O novo conceito relacionado à rede mundial de computadores, representada pela sigla www (de World Wide Web), agora é What We Want. “A tecnologia não serve pra nada se eu não souber o que fazer com ela”, ressalta o professor. Por outro lado, ele reconhece que a transformação digital não mata o mundo analógico, mas o transforma.

O palestrante afirma que os três grandes mobilizadores da sociedade hoje são os movimentos sociais e os movimentos da sociedade, a internet como facilitadora, ou seu potencial dificultador, e a tecnologia inclusiva. “Estamos num momento de questionar as verdades absolutas, já que a única coisa perene que temos agora é a mudança”, admite o professor.

Rasquilha fala sobre as 10 top habilidades que teremos de ter no mundo do trabalho em 2020: solução de problemas complexos, pensamento crítico, gestão de pessoas, empatia com os outros, inteligência emocional, bom senso e tomada de decisão, orientação para serviços, negociação e flexibilidade cognitiva.

Ele aponta, no entanto, que em 2022 já teremos que investir em diferentes competências como o pensamento analítico e inovador, a aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem, criatividade, originalidade e iniciativa, design e programação de tecnologia, pensamento crítico e analítico, resolução de problemas complexos, liderança e influência social, inteligência emocional, raciocínio, resolução de problemas e ideação, análise e avaliação de sistemas.

O futuro do trabalho também será dinâmico e sem fronteiras com novos modelos de trabalho. Pesquisa aponta que 65% das crianças hoje atuarão em atividades que ainda não existem hoje e 57% de trabalhos estarão em risco com a automação. Já em 2020, 85% dos relacionamentos com consumidores serão feitos sem intervenção humana. “Transformação digital é o uso da tecnologia para aumentar de forma significativa a performance e o alcance das empresas por meio da mudança de como os negócios são feitos”, assinalou o palestrante.

Por fim, Rasquilha avalia que quando pensamos em transformação digital, temos que começar pelas pessoas, “entender a forma de trabalhar pessoas, processos, tecnologias e a estratégia do negócio”. Para o professor, “existimos para entender alguém e temos que começar pelo nosso cliente”, concluiu.

O professor disponibilizou o site da empresa inovaconsulting.com.br que contém artigos, relatórios, estudos e downloads sobre inovação e tecnologia para acesso dos interessados em aprofundar o tema.

Discursos

O diretor da Escola Judicial, desembargador Eugênio Cesário Rosa, salientou a importância da discussão do tema para que magistrados possam utilizar as tecnologias na sua jurisdição. Ele citou o sociólogo e filósofo Zygmunt Bauman para falar da fluidez e liquidez do mundo moderno. “A ‘modernidade líquida’ seria o momento histórico que vivemos atualmente, em que as instituições, as ideias e as relações estabelecidas entre as pessoas se transformam de maneira muito rápida e imprevisível”, assinalou.

Para o desembargador, o direito digital é reflexo da sociedade intangível, em que o fenômeno da desmaterialização dos bens exige novas soluções jurídicas”, destacou. Eugênio Cesário acredita que o grande desafio é criar um ambiente propício à criatividade e que o seminário é a materialização de alguns dos objetivos estabelecidos na atual gestão da EJ.

Para o coordenador pedagógico da Escola, juiz Platon Teixeira Neto, torna-se cada vez mais imprescindível saber manejar as ferramentas tecnológicas. “A quem fazíamos as perguntas antes do Google?”, brinca o magistrado ao falar do crescimento exponencial da inteligência artificial. Por outro lado, ele acredita que também caminhamos para uma especialização em simplicidade e por que não termos a ajuda das tecnologias para isso?

O presidente do TRT, desembargador Paulo Pimenta, acredita que a Justiça do Trabalho, dentro do Judiciário, é um paradigma em inovação. “Estamos propensos e abertos na busca da melhoria dos processos de trabalho”, salientou. Para o desembargador, é importante que sistematizemos o conhecimento para o máximo proveito da tecnologia. “O futuro é tecnológico e mais do nunca a Justiça do Trabalho tem que mostrar que está preparada para enfrentar o futuro”, concluiu.

Na palestra seguinte, falou o servidor do TST Gustavo Orair. Ele abordou as tendências para o uso da inteligência artificial no direito. “Precisamos adotar tecnologias que modernizem e agilizem a tramitação processual”, acentuou ao citar iniciativas de de uso de inteligência artificial no Judiciário como a que já existe na automação de sentenças na execução fiscal.

As discussões do 1º Seminário Temático seguem até esta sexta-feira (5/4). O encontro também vai debater nos dois dias, entre outros temas, as tendências para o uso da inteligência artificial, as tecnologias aplicadas ao direito e a lei geral de proteção de dados pessoais e os impactos na relação de emprego.

Confira abaixo a programação do evento.

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