Em solenidade marcada por emoção, 12 alunos do projeto “Longe das ruas, Perto dos sonhos” recebem certificado de curso de pedreiro e pintor

Glossário Jurídico

Doze alunos do projeto “Longe das ruas, Perto dos sonhos” que optaram por fazer curso de pedreiro e pintor se formaram em cerimônia realizada no auditório do Fórum Trabalhista de Goiânia na manhã de hoje (26/8). A iniciativa, parte de uma série de projetos de empregabilidade promovidos pelo Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO), ofereceu a 44 pessoas em situação de rua a possibilidade de participar de cursos de profissionalização em assistente de cozinha (cuja formatura foi realizada em julho) ou pedreiro e pintor.

Além dos cursos, realizados no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Vila Canaã, o projeto promoveu rodas de conversa, aulas de fotografia e workshops de temas diversos que visaram ao desenvolvimento profissional e pessoal. Durante a formatura, os alunos fizeram um recital de poesia, resultado da oficina de que participaram na primeira semana de atividades, no início de junho.

O projeto é realizado em parceria com a Casa Poema, Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Senai e Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO).

Procurador-chefe do MPT, Tiago Ranieri

Em seu discurso na abertura do evento, o procurador-chefe do MPT-GO, Tiago Ranieri explicou que os projetos de empregabilidade têm como objetivo a promoção da cidadania com foco no combate à desigualdade social, em busca de uma sociedade mais justa e solidária. “São iniciativas com caráter político também porque elas propiciam que pessoas que são excluídas da sociedade ocupem um espaço que lhes é negado”, concluiu.

Presidente do TRT-18, desembargador Paulo Pimenta

O presidente do TRT-18, desembargador Paulo Pimenta, destacou que a Justiça do Trabalho é o ramo do Judiciário mais próximo da sociedade, principalmente da população mais necessitada. “É um privilégio abrir esse espaço e cedê-lo para que vocês sejam as figuras principais aqui. Esta casa é de vocês, muito mais do que nossa. Ela foi pensada e edificada para atender as necessidades de pessoas como vocês”, disse o desembargador aos formandos.

Paulo Pimenta acrescentou que vê o projeto Longe das ruas, Perto dos sonhos como um rompimento de paradigmas. Ele lembrou que órgãos como o MPT e o TRT costumam atuar na hora do desemprego. “Tradicionalmente, o trabalhador busca a Justiça do Trabalho quando ele é dispensado. Não somos acostumados a agir na geração de empregos, na capacitação de pessoas para o mercado de trabalho. Isso é uma grande novidade e o mérito é desse projeto”, frisou.

Defensora pública Fernanda Rodrigues

Bastante emocionada, a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da DPE-GO, Fernanda da Silva Rodrigues, ressaltou o caráter humano do “Longe das ruas, Perto dos Sonhos”. Para ela, o projeto, que visa também restaurar a dignidade das pessoas, contribuiu para quebrar o que chamou de “ciclo de violência” e “construir um mundo melhor”.

Além do “Longe das ruas, Perto dos Sonhos”, o MPT-GO e entidades parceiras já executaram dois projetos de empregabilidade para a população transexual e travesti (“Cozinha e Voz” e “Costurando Poemas”), um voltado à mulheres detentas, “Cozinha e Voz – Libertando sonhos”, e uma turma de design de moda composta por pessoas trans e mulheres em medida protetiva da Lei Maria da Penha.

Depoimentos

Wanilton Marcelino comemora o emprego em uma construtora

Wanilton Marcelino contou que está muito feliz pela conquista e também pelos colegas que estão se formando. Ele morou na rua por um ano e hoje comemora o emprego que conseguiu numa construtora por meio do projeto. “Estou indo levar os documentos agora cedo”, contou.

Quem também já está empregado é Anderson Macedo. Após morar nas ruas por um ano, passar fome e viver com medo de ser morto por traficantes, ele comemora o início de uma nova vida com o aluguel de uma casa e o contrato celebrado com a rede Novo Mundo, onde o profissional vai trabalhar como montador de móveis. “Eles me chamaram para trabalhar como pedreiro e pintor, mas ficaram sabendo da minha experiência com móveis planejados e me ofereceram essa oportunidade de atuar em outra função”, explicou. Anderson acrescentou ainda que quer fazer faculdade de Engenharia Civil.

Maria Aparecida Dias Silva é a única mulher na turma de formandos no curso de pedreiro e pintor. Ela acredita que vai ser um grande desafio atuar numa área onde o sexo masculino ainda predomina. A aluna afirmou que o curso é o passo inicial na busca do primeiro emprego de carteira assinada.

Setor de Imprensa, com informações da Assessoria de Comunicação do MPT-GO

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