Corridinha “Trabalho infantil não é brincadeira” reúne cerca de 300 crianças no TRT de Goiás

Glossário Jurídico

Trabalho infantil não é brincadeira. Esse foi o lema da 6ª edição da corridinha de rua do TRT de Goiás, realizada na manhã deste sábado, 23/11, com largada em frente ao Fórum Trabalhista de Goiânia. Cerca de 300 crianças de 2 a 14 anos participaram do evento, nas modalidades velocípede e corridinha com percursos de até 800 metros. A competição esportiva, aberta a toda a comunidade, reuniu pais e filhos, avós, tios e os amiguinhos que acompanharam a disputa em que, na verdade, todos ganham. O objetivo é trazer a vivência no esporte às crianças desde pequeninas para melhorar a qualidade de vida e, ao mesmo tempo, ampliar a conscientização acerca dos malefícios do trabalho infantil, proibido pela constituição brasileira (art. 7º, inc. XXXIII).

“Esse é um momento muito especial em que o Tribunal e a Justiça do Trabalho aqui em Goiás se abrem à comunidade para chamar a atenção para temas muito relevantes. O tema dessa corridinha é um alerta aos malefícios do trabalho infantil”, afirmou o presidente do TRT, desembargador Paulo Pimenta, momentos antes da largada, ao destacar o lema da corridinha deste ano. Paulo Pimenta ressaltou a importância de se proporcionar uma infância saudável a todas as crianças, preparando-as por meio da educação e momentos lúdicos, para que tenham um desenvolvimento saudável e que sejam preparadas para ingressar no mercado de trabalho no momento adequado.

Andreah Nochang é atletista há mais de quatro anos. Ela leva o filho Gabriel para correr com ela desde quando ele era um bebezinho e ela corria empurrando o carrinho. Hoje foi a vez dele correr com as próprias pernas. “Eu gosto muito de correr” afirmou o garotinho, feliz com a medalha, seguindo o exemplo da mãe. “Eu acho que o esporte faz a criança participar do coletivo e tira ela da rua, porque se você tá na rua e não tem um foco, você acaba indo para o trabalho. No esporte, não, a criança está ali com a comunidade, se desenvolvendo”, afirmou Andreah.

Corrida contra o trabalho infantil

Servidora Lara Nercessian, do Programa de Combate ao Trabalho Infantil, com o diretor, professores e alunos do Centro de Educação em Período Integral (Cepi) Parque Santa Cruz

A tradicional corridinha surgiu em 2014 com o objetivo de realizar uma ação voltada para as crianças do ponto de vista educativo, do esporte, do lazer e da interação. A secretária do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem do Tribunal, Lara Nercessian, afirmou que o programa tem uma série de ações para promover um diálogo com a sociedade. Ela explicou que desde a primeira edição da corridinha, o programa traz um grupo de crianças de escolas públicas da periferia de Goiânia e cidades do entorno. “Com o projeto, essas crianças têm a oportunidade de interagir nesse ambiente do Tribunal. Para elas tem um significado enorme. Muitas delas não saíram nem do próprio bairro. Então participar de um evento como esse leva dignidade a essas crianças e ao mesmo tempo cria-se um diálogo com a sociedade”, afirmou, destacando que quem participa leva essa mensagem de que o importante para a criança é sua formação educacional.

O diretor do Centro de Educação em Período Integral (Cepi) Parque Santa Cruz, Edmilson Nogueira, afirmou que essa iniciativa é muito importante para os alunos da escola, que são crianças carentes da região Sul de Goiânia. “Eles quase não tem oportunidade de participar de uma atividade desse porte que o Tribunal oferece. É um exemplo para que nossos alunos, desde essa idade, comecem a pensar que o importante é estudar e não começar a trabalhar desde cedo, como muitos pais acham que deve ser”, afirmou o professor.

Kemilly, de 13 anos, é uma das alunas da escola que está cursando o 9º ano do ensino fundamental e ficou muito animada com a competição. “Eu gosto muito de correr, jogar futebol. Para mim é muito bom”, afirmou a garota que atua como goleira nos jogos da escola. Ela explicou que essa é a segunda vez que participa do projeto e novamente ficou em segundo lugar na sua categoria de idade. “Eu penso que primeiro tem que aproveitar a infância, né, porque depois vai ser tarde e não vai dar pra aproveitar. O trabalho atrapalha”, refletiu a menina do Cepi Santa Cruz sobre a importância do combate ao trabalho infantil. Sua colega Maria Clara, de 14 anos, gosta de jogar na posição de zagueira na escola e também acredita que o trabalho precoce atrapalha os estudos. “Eu acho que a criança tem que esperar, porque depois ela foca no trabalho e não foca nos estudos, ai fica ruim, a criança reprova, né?”, afirmou Maria Clara, que tem o sonho de fazer faculdade de Odontologia.

Vários servidores do TRT também trouxeram os filhos para incentivá-los no esporte. Esse é o caso do servidor IL José, diretor da Divisão de Relacionamento e Atendimento de TIC, que trouxe os dois filhos, Marcelo e Estela. Neste domingo será a vez dele correr pela primeira vez na Corrida 10 Milhas do TRT. Ele contou que este ano correu um total de 1.100 quilômetros e já participou de três meias maratonas. IL José tem boas expectativas para sua estreia, mas acredita que o favorito continua sendo o servidor Sidney Pereira, diretor da 2ª Vara do Trabalho de Aparecida de Goiânia, que corre já há muitos anos e levou a medalha de ouro no ano passado.

A Corrida 10 Milhas TRT Goiás acontece na manhã deste domingo (24/11) às 7 horas da manhã, também com largada em frente ao Fórum Trabalhista de Goiânia. A décima edição da Corrida TRT tem como slogan “Justiça do Trabalho – Assédio, Não!” para conscientizar o público a respeito do prejuízo causado pelas práticas de assédio no trabalho e promover um ambiente de trabalho saudável. Os percursos seguem o mesmo formato dos últimos dois anos, com distâncias de 3, 6 e 10 milhas, o que representam aproximadamente 5, 10 e 16 quilômetros, respectivamente.

Lídia Neves/Setor de Imprensa

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