Além das cifras: acordo realizado no Cejusc restabelece a amizade entre as partes

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Qual é o preço de um abraço? De poder seguir a vida em paz, sem guardar ressentimentos de um amigo? Quanto vale entrar em acordo numa disputa judicial? 

Na última quarta-feira, 2/10, o Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc) de Goiânia homologou acordos entre três trabalhadores e um dono de obra. Após uma conversa de mais de duas horas em audiência, as partes conciliaram e selaram o acordo com um abraço, restabelecendo a amizade que existia antes da relação de emprego.

Para a servidora que mediou a audiência, Ariédne Davi, a essência de qualquer processo conciliatório aponta para a necessidade de as pessoas ouvirem o que o(a) outro(a) tem a dizer. Muitas vezes, segundo ela, a celebração de um acordo trabalhista vai além dos valores negociados porque concilia, sobretudo, pessoas. “Os acordos que celebramos aqui têm a função principal de restabelecer a paz social. É este o papel da Justiça do Trabalho, aliás. Os conflitos são solucionados, as pessoas podem chegar a um entendimento que é também uma conciliação que elas levam para a vida. Quando celebram isso com um abraço final, então, este abraço não tem preço”, destacou.

A história por trás do acordo e a importância de conciliar

Acordo mediado pela servidora Ariédne sendo celebrado entre as partes

João, dono da obra, chamou três amigos para trabalhar na construção de um imóvel, mas não formalizou esta contratação. Finalizado o serviço, cada um dos três ingressou com ação trabalhista para, dentre outros pedidos, ter o vínculo de emprego reconhecido. A audiência de conciliação de um destes processos foi marcada para o dia 3/10, no Cejusc de Goiânia. 

“Ao chegar aqui, seu João disse para mim que aquilo parecia um inferno, que não tinha jeito. Falei para ele ter calma, que havia, sim, como resolver”, explicou Ariédne. “Iniciada a audiência, fomos todos conversando, passamos a analisar os três processos juntos e fomos reconsiderando os valores. Finalmente, depois de mais de duas horas e meia de negociação, chegou-se a um acordo para todos os processos”, completou.

Para o advogado dos autores da ação, Marcos Cesar, o acordo é muito importante, principalmente porque gera a paz entre as pessoas e, em termos financeiros, consegue suprir as necessidades das partes em um momento de precisão concreta, imediata. “É esta a sensação maior mesmo – de suprimento”, disse.

O abraço de celebração

Reclamado e reclamante

Ikelson, reclamante presente à audiência, conta que a experiência servirá como lição de vida. “Cheguei aqui no TRT como o seu João, bravo, nervoso, sem querer acordo. Mas ela [a conciliadora] foi muito boa, conversou com a gente, ajudou a resolver. Depois, a dra. Wanda [juíza titular da 16ª VT de Goiânia] explicou a importância da conciliação e de compartilhar a experiência. Em uma situação difícil, de conflito, a gente já chega na defensiva. Mas com a ajuda da Ariédne tudo se acertou. Que isso sirva de lição para mim, para a vida. Porque já nessa primeira vez que venho na Justiça do Trabalho, pude aprender a ouvir”, contou o reclamante.

Marcos Cesar (advogado dos reclamantes) e sr. João (reclamado)

O senhor João também deu seu testemunho. “A gente mora tão próximo, fomos todos colegas nesta construção. Subimos em andaime, convivemos muito, o prédio ficou tão bonito… os meninos fizeram um trabalho muito bom, e eu, por necessidade, por não conhecer as exigências, acabei não fazendo o processo de forma adequada perante a Justiça, mesmo com toda a minha tentativa de agir corretamente. Mas nós moramos na mesma rua, subo e desço essa rua toda hora, como não vou querer ficar bem com eles? Eu quero é paz, amizade, quero encontrá-los na rua e pegar na mão deles, poder abraçar. É isso que tem valor para mim”, disse.

A atuação do Cejusc

Marcio Silvestre, advogado do reclamado, destacou a excelência do atendimento recebido no Cejusc de Goiânia, ressaltando que o trabalho da conciliadora foi essencial para que as partes chegassem a um entendimento. “Só estamos saindo daqui hoje, conciliados, por causa da dedicação da servidora. Nós levantamos daqui umas dez vezes para ir embora, mas ela pediu que ouvíssemos, apontando caminhos possíveis, e demonstrou que valia a pena”, declarou Marcio.

O advogado dos reclamantes, Marcos Cesar, também reconheceu a atuação decisiva da conciliadora: “Ela foi impecável como profissional”. Inicialmente, ele conta, apenas o  processo de um dos três reclamantes estava sob sua mediação, “mas a conciliadora se dispôs a nos auxiliar nas outras ações, puxando os processos para poder resolver os três juntos”, registrou.

De acordo com o juiz Eduardo Thon, coordenador do Cejusc de Goiânia, o(a) servidor(a) que atua como assistente de conciliação se capacita regularmente para exercer a função. O magistrado lembrou, em outra ocasião, que, ao conversar com as partes sobre as possibilidades de acordo, este(a) servidor(a) está preparado(a) para conduzir um diálogo construtivo e demonstrar, de maneira imparcial, clara e objetiva, os termos de uma possível negociação.

 A conciliação é possível em qualquer fase do processo. Para saber mais sobre como conciliar na Justiça do Trabalho de Goiás, clique aqui.

Carolina Piva
Setor de Imprensa/TRT-18

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